CÂMARA
Doações são confirmadas
Na Justiça, testemunhas dizem que vereador pedia doações de parte de seus salários
A primeira testemunha confirmou que o vereador solicitava “contribuição para eventos nos bairros”. Os eventos promovidos pelo gabinete do parlamentar tinham corte de cabelo, assessoria jurídica e distribuição de doces para crianças. Segundo o depoente, não havia um valor estipulado, nem data para a colaboração ser entregue. Os pedidos seriam esporádicos e, segundo a testemunha, o vereador alegava que era para ajudar as pessoas carentes.
– De algum lugar, tinha de ser tirado (dinheiro). Não vou dizer que gostava, afinal saia do meu salário – disse a testemunha, que afirmou que um mês sobrou R$ 600 de seu salário de R$ 1,1 mil, por causa dos gastos com os eventos.
A segunda pessoa a depor disse que trabalhou por sete meses com o vereador e que se sentia pressionada a fazer as doações. Segundo ela, além da contribuição partidária de 5% do salário, também contribuía em roupas ou doces para serem distribuídos nos eventos. Ela disse que foi demitida porque o vereador fazia rodízio de funcionários.
– A pressão era muito grande. Todos os meus colegas de gabinete doavam. A gente não dava dinheiro para o vereador, mas comprava balas, chicle, cachorro-quente – afirmou a segunda testemunha.
A terceira depoente, que disse ter trabalhado apenas um mês com o vereador, contou que nunca fez doação, mas ouvia os colegas comentarem que doavam. Segundo ela, um assessor teve de atender a um pedido de um cidadão que procurou o gabinete para pedir alimentos. A testemunha disse que Jorge Ricardo pediu que o assessor comprasse com o seu dinheiro comida para o pedinte.
Jorge Ricardo e o seu advogado, Sergio Teixeira, não quiseram falar com o Diário. Em novembro de 2009, o vereador negou que exigisse doações e alegou que elas eram voluntárias.
COMISSÃO
Construção de usinas nucleares em debate
SALÁRIO
Mínimo regional
ESTADO
Instalado o Conselhão de Tarso
Durante a cerimônia, que teve a presença da secretária nacional do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Esther Bemerguy, o governador Tarso Genro apresentou a proposta da primeira Carta de Concertação para iniciar o debate sobre os elementos necessários ao desenvolvimento. O documento deverá ser aprovado na segunda reunião, prevista para maio.
– O conselho terá um papel importante e fundamental no desenvolvimento do Estado e tenho certeza que o Rio Grande dará mais um exemplo ao Brasil. Será uma estrutura coletiva de consultoria superior do governador, apontando caminhos para a solução de importantes temas – explicou o governador.
Entre os elementos orientadores à elaboração da agenda de desenvolvimento estão: integração nacional, democracia e participação cidadã, recuperação das funções públicas do Estado, inclusão social, educação e desenvolvimento regional.
ASSEMBLEIA
Pacotão é adiado para hoje
Com falta de quórum, projetos do governo não são votados
Como os projetos do governo foram enviados em regime de urgência, os sete que seriam votados ontem já trancam a pauta de votações. Entre as propostas que não foram votadas por falta de quórum, estão a que autoriza o tratamento diferenciado para as microempresas e empresas de pequeno porte nas licitações públicas e a que cria o Sistema Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas, o Conselho Estadual sobre Drogas, o Fundo Estadual sobre Drogas e o Departamento Estadual de Políticas Públicas sobre Drogas. O projeto, oriundo da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, prevê que os bens apreendidos com traficantes sejam usados em projetos contra o uso de drogas.
Antes do início da sessão, na reunião de líderes partidários, não houve acordo para que o projeto que reajusta o salário mínimo regional em 11,6% entrasse na ordem do dia desta semana.
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