sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Corpo de Bombeiros afirma que prendeu e indiciou 123 salva-vidas no Rio


 
O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro divulgou nota afirmando que, até a tarde desta sexta-feira (10), 123 salva-vidas foram indiciados por falta ao serviço. Todos serão presos administrativamente, segundo o comando do órgão, e o comandante do 2º Grupamento Marítimo (GMar) da Barra da Tijuca, tenente coronel Ronaldo Barros, foi exonerado do cargo.

Polícia do Rio de Janeiro entra em greve

Foto 5 de 26 - Cerca de 2.500 manifestantes, entre policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenciários, comparecem na noite desta quinta-feira (9) à praça da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, para a assembleia conjunta que definirá o início da greve das entidades de classe da segurança pública fluminense Mais Zulmair Rocha/UOL
Os bombeiros, a Polícia Militar, a Polícia Civil e os agentes penitenciários do Rio entraram em greve oficialmente às 23h30 de quinta-feira (9). A orientação do comando de greve é que nenhum PM ou bombeiro saia para ocorrência alguma. A Polícia Civil só atenderá ocorrências emergenciais, como violência grave, furto de veículo e as relativas à Lei Maria da Penha.
Mais cedo, a Polícia Militar do Rio decretou a prisão administrativa de mais de 50 policiais militares que se negaram a deixar os quartéis em função da greve da categoria, segundo o chefe do Estado Maior Administrativo da PM, coronel Robson Rodrigues da Silva. Com autorização da Justiça, a Corregedoria Interna da PM também deteve nesta manhã nove líderes do movimento.
O coronel também confirmou que mais de cem policiais militares foram indiciados por crime militar ou transgressão disciplinar de natureza grave, entre os quais os homens apontados como líderes da greve. "Esses policiais não cometeram delitos tão graves e responderão apenas administrativamente", explicou Rodrigues.
Os grevistas já esperavam a prisão dos militares que se recusassem a deixar seus respectivos quartéis e batalhões. "O pessoal já está levando roupa, tênis e mantimentos para o batalhão, já que as prisões não inevitáveis. Aos poucos, eles vão ter que prender todo o batalhão e não vai existir mais polícia na rua. Eles vão ceder, é só esperar", disse um cabo do 5º BPM (Praça Tiradentes), identificado apenas como Reis.
O comando da PM resolveu jogar duro com os policiais que resolveram aderir ao movimento. Um boletim interno da corporação divulgado hoje traz novas normas para levar o policial grevista de forma mais rápida ao Conselho de Disciplina --e a uma consequente expulsão da PM.

Prisão de líder

Ontem (9), a Justiça do Rio havia decretado a prisão preventiva do cabo do Corpo de Bombeiros Benevenuto Daciolo. O bombeiro, que é um dos líderes do movimento, está detido desde a noite do dia 8, administrativamente, sob a acusação de ter cometido o crime militar de incitamento à desobediência. Ele foi preso no Rio após retornar de Salvador, onde acompanhava a greve dos policiais militares baianos.
Também na quinta-feira (9), a Justiça do Rio negou os pedidos de habeas corpus de Daciolo e sua transferência para uma unidade prisional militar.
Daciolo já havia sido preso no ano passado, com mais 400 bombeiros, por terem ocupado o quartel-central da corporação, durante uma manifestação.
Gravações telefônicas divulgadas na quarta-feira pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, apontam que Daciolo falou em inviabilizar tanto o Carnaval baiano quanto o fluminense.
Em nota, o comando do Corpo de Bombeiros afirma que “o comando-geral da corporação abriu Conselho de Disciplina para avaliar a conduta do cabo BM Benevenuto Daciolo, que já está preso em Bangu 1, além de 15 guarda-vidas representantes do movimento de greve. Também serão avaliadas as posturas do capitão BM Alexandre Marchesini e do major BM Márcio Garcia. O procedimento definirá as punições cabíveis aos envolvidos, podendo chegar à exclusão definitiva do Corpo de Bombeiros”.

Reivindicações

As principais reivindicações unificadas dos grevistas das quatro forças da segurança pública do Rio são: piso salarial de R$ 3.500, auxílio-alimentação na ordem de R$ 350 (e fim dos ranchos nos quartéis), e uma jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Os militares aceitam uma carga horária maior do que a reivindicada, desde que o governo do Estado pague hora extra.
O governo já descartou o piso de R$ 3.500 e mandou um projeto de lei sobre o reajuste aos deputados, que o aprovaram nesta quinta-feira. O projeto define que todas as 11 parcelas do aumento previsto para este ano (0,915% mensal) serão aplicadas já neste mês. Até fevereiro de 2013, isto é, em um período de um ano, o somatório do reajuste escalonado será de 39%, e o piso salarial chegará a R$ 2.077 --considerando o adicional do auxílio-moradia (R$ 551,36). Policiais civis e agentes penitenciários não recebem tal benefício.
Após uma reunião emergencial do governador Sérgio Cabral (PMDB) com a chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, e o presidente da Alerj, Paulo Melo (PMDB), na noite de ontem, o governo do Estado fez uma nova proposta: além da antecipação do reajuste escalonado --que foi aprovado em 2010--, os profissionais da segurança pública terão direito a uma nova reposição em 2014.
O aumento previsto para daqui a dois anos levará em consideração a inflação acumulada do IPCA em um espaço temporal de 12 meses (de fevereiro de 2013 a fevereiro de 2014), e corresponderia, segundo o governo estadual, ao dobro da inflação no período.
Além disso, os servidores serão beneficiados a partir de 2014 com um auxílio-transporte no valor de R$ 100 mensais e a garantia de que não mais haverá corte da gratificação da Delegacia Legal em caso de afastamento por acidente de trabalho.

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