Formação aborda princípios teóricos da reestruturação curricular
Mais de 1,5 mil diretores, coordenadores pedagógicos e supervisores de escolas com Ensino Médio e Curso Normal já acompanharam os módulos da formação sobre a reestruturação curricular que é promovida pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) até quinta-feira (16) na Capital. Entre os temas em debate estão os princípios teóricos da proposta que começa a ser implementada neste ano letivo nas turmas de 1ºs anos do Ensino Médio nas escolas gaúchas e que busca reverter índices altos de evasão e repetência, além de atender às demandas de formação de jovens da sociedade contemporânea e à legislação nacional, que procura induzir a estas mudanças em todo o País. “É preciso mexer no Ensino Médio e para isso é necessário reorganizar tempos-espaços-saberes escolares”, frisa Derlan Trombetta, formador que veio de Ijuí para o encontro. É dessa necessidade que nasce a concepção do Ensino Médio Politécnico. “A politecnia não consiste em muitas técnicas, mas sim numa formação voltada para a compreensão da totalidade social, não apenas de fragmentos: formação integral do ser humano” resume o coordenador pedagógico da 36ª Coordenadoria Regional de Educação.
A Politecnia e as novas Diretrizes Curriculares
Trombetta ressalta que as diretrizes apontam os seguintes princípios para o Ensino Médio: princípio educativo do trabalho, pesquisa como princípio pedagógico, eixo trabalho, cultura, ciência e tecnologia, possibilidade de diferentes arranjos curriculares, compreensão de currículo e de projeto político-pedagógico e a relação entre educar e cuidar e os indicativos para gestão da escola e para formação e trabalho docente. Nesse sentido, a proposta do RS atende à legislação recém-homologada pelo Ministério da Educação (MEC), já que esses itens estão na proposta em implantação na rede estadual do Rio Grande do Sul. A matriz curricular busca oferecer ao jovem estudante a formação que lhe possibilite escolher entre a continuidade dos estudos, por meio do ingresso na universidade, ou o mundo do trabalho.
Para isso, a ideia da Seduc é um currículo politécnico, com a matriz dividida entre formação geral e diversificada, e o Politécnico integrado à Educação Profissional, em que o estudante terá, além dessa formação geral e diversificada, a formação técnica específica.
Formação e áreas do conhecimento
O Ensino Médio Politécnico consiste em levar à sala de aula um currículo organizado a partir das quatro áreas do conhecimento, as quais abarcam as disciplinas tradicionais, mais a parte diversificada. Assim, a formação geral da matriz é composta por Matemática e suas tecnologias; Linguagens e suas Tecnologias, que inclui língua
portuguesa, arte, educação física e literatura; ciências da natureza e suas tecnologias, com biologia, física e química; e ciências humanas e suas tecnologias, com aulas de filosofia, geografia, história e sociologia. Na parte diversificada, ficam o Seminário Integrado, as línguas estrangeiras
modernas e o ensino religioso. O Seminário Integrado é uma novidade da proposta. Ele nasce como um eixo articulador entre a teoria e a
prática, trazendo para a sala de aula a realidade do aluno, que passa a determinar o conteúdo das disciplinas. De acordo com a matriz curricular proposta e aprovada pelo Conselho Estadual de Educação, a carga horária semanal passa para 30 períodos, sendo 24 de formação geral (oito para linguagens, quatro para matemática, seis para ciências da natureza e seis para ciências humanas). O currículo do 1º ano será definido pelas escolas.
“Perceber o movimento que está acontecendo na educação do RS faz consolidar a luta dos professores. O mundo está em constante mudança, por que a forma de ensino também não pode acompanhar estas mudanças?”, pergunta a vice-diretora da Escola Estadual de Ensino Médio. Carlos Bina, de Gravataí (28ª CRE), Jaqueline Alves, para quem é importante que toda a sociedade veja as mudanças e novidades da educação. A vice-diretora sugere que o tema seja objeto de uma campanha “é preciso incentivar nosso jovens e alertar nossa comunidade, para que não apenas os professores conheçam as mudanças no ensino médio, mas toda a comunidade escolar”.
Até quinta-feira, último dia da formação, mais de 3,2 mil gestores terão participado da formação.

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