Canoístas gaúchos percorrem 1.600 km pelo rio Amazonas de Manaus a Belém
Expedição durou 25 dias e passou por 12 municípios e 12 comunidades do Amazonas e Pará
Foram 1.600 quilômetros entre Manaus, capital do Amazonas, e Belém, capital do Pará, pelo rio Amazonas. Os gaúchos Romeu Chala, 51 anos, professor de educação física, e Marcelo da Luz, 37 anos, engenheiro mecânico, experientes na canoagem, percorreram em 25 dias, 12 municípios e 12 comunidades em um caiaque duplo.
Os dois, ambos porto-alegrenses, remaram cerca de 80 km diariamente e enfrentaram ventos, correntezas, cansaço e conviveram com o medo constante de piratas, comuns na região.
A aventura, chamada de Expedição Amazonas, aconteceu de 18 de agosto a 11 de setembro, e teve o apoio do Estado do Amazonas e como principal objetivo mapear a região para futuras competições internacionais de canoagem.
Chala já treinou equipes de canoagem do Amazonas e Da Luz vive desde 1996 no Amazonas, onde fundou a Federação Amazonense de Canoagem.
Desafios
Os mantimentos e a água potável eram levados no próprio caiaque, assim como redes e utensílios para acampamentos improvisados. Iam parando pelas comunidades ribeirinhas e pediam abrigo para passar a noite.
— Alguns, sabendo da expedição, nos aguardavam com expectativa, outras desconheciam a iniciativa e nos recebiam com armas em mãos – explica Chala, ressaltando que, após se apresentarem aos ribeirinhos, eram sempre muito bem recebidos.
Em uma das paradas, os gaúchos foram recebidos por uma família que vivia sem eletricidade e acreditava plenamente na lenda do boto.
— Eles falaram que como vestíamos camisa branca para dormir não teria problema — conta Da Luz.
Mais um companheiro para a expedição
No 11º dia, os porto-alegrenses passaram a contar com a companhia de outro canoísta, Jaime Godinho, 35 anos, que já fez havia feito três vezes o caminho entre Santarém e Belém e conhece bem a região.
Para os gaúchos, foi justamente esta a parte mais complicada da expedição. Em uma parte do trecho entre Santarém e Belém, os dois tiveram que pular do caiaque antes que ele afundasse por causa das fortes ondas. Jaime teve que retornar a Santarém em busca de ajuda e os gaúchos ficaram à deriva segurando no caiaque por 40 minutos, até serem salvos por um barco de pescadores.
Apesar dos transtornos, o resultado da viagem foi positivo e os dois gaúchos ressaltam o contato com a população ribeirinha o principal ganho da expedição.
— Para nós, gaúchos, ajudar em um projeto de outro Estado é muito gratificante. Fomos muito bem recebidos pela maior parte da população e o maior legado, com certeza, foi a convivência com os povos ribeirinhos, tão simples e tão felizes — destaca Chala.
Em vídeo, Romeu Chala conta a experiência vivida na Expedição Amazonas:
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