Por que protestar?

Série recente de manifestações chama atenção da sociedade

Fazer um protesto é a forma que muitos encontram para reivindicar algo que desejam ou teriam direito. Recentemente, manifestações têm causado grande repercussão, como a dos estudantes da UFSM que ocuparam o prédio da reitoria para pedir melhorias, e a dos policiais militares, que espalharam panfletos e teriam queimado pneus em rodovias para exigir melhores salários. Há ainda greves, como a dos funcionários dos Correios e da UFSM.

Porém, em que situações é válido protestar? Até que ponto um protesto é legal? Até que ponto é exercício da cidadania ou se transforma em abuso, como trancar uma rodovia?

Para o professor do curso de Ciências Sociais da UFSM, Reginaldo Perez, os protestos buscam inúmeras finalidades que vão desde melhores condições para trabalho até a redução dos altos impostos. Perez afirma que todo tipo de protesto está dentro do campo legal e democrático da atual sociedade, porém, não são permitidas por lei as manifestações que fizerem uso de violência. O uso de cartazes, gritos e ocupação de espaço público é válido como forma de protestar, desde que sejam feitos dentro de um limite em que não hajam prejudicados. Mesmo assim, em alguns casos, um protesto de forma muito incisiva acaba sendo visto por alguns como agressão à sociedade.

Geralmente, conforme o professor, o protesto, que é um direito tanto político como de cidadania, dá-se depois de esgotadas todas as formas de diálogo com autoridades. Perez acredita haver mudanças no comportamento da sociedade atual quanto aos protestos, se comparados aos ocorridos há alguns anos.

? Atualmente, existe um componente que é o ambiente democrático, e muitos deixam de protestar em função da rotina, em que, diante do conceito de liberdade, todos se autolimitam. Estamos mais racionalizados do que há alguns anos atrás.