Polícia prende suspeito pela morte de engenheiro português no Litoral
Fernando dos Santos Frade, 68 anos, foi assassinado em Maquiné
Sítio onde casal passava as férias fica no km 58 da BR-101 Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS
A Polícia Civil prendeu temporariamente, na tarde desta sexta-feira, em Terra de Areia, um homem de 32 anos suspeito de envolvimento na morte do português Fernando dos Santos Frade, 68 anos.
Engenheiro aposentado da empresa aérea TAP, Frade, proprietário de uma chácara em Maquiné, no Litoral Norte, e de um apartamento em Capão da Canoa foi espancado e assassinado com dois tiros pelas costas durante um assalto na noite de domingo.
O suspeito, cujo nome a polícia não divulgou, cumpriu pena por três anos por tráfico de entorpecentes.
— A viúva e o caseiro reconheceram ele (suspeito) como um dos homens que participaram do assalto. Mas não teria sido o autor dos disparos — diz o delegado regional do Litoral Norte, Heraldo Guerreiro.
Conforme Guerreiro, o homem negou envolvimento no crime.
Desde o início das investigações, a Polícia Civil acredita que o crime tenha sido praticado por quem conhece a região e sabia da presença do casal na residência durante o final de semana. Frade retornaria na segunda-feira a Portugal.
Na casa da vítima, havia R$ 9 mil dos R$ 15 mil recebidos pela venda de um terreno. O dinheiro, porém, não foi levado.
Em Portugal, onde Frade residia, familiares aguardam com apreensão pelo desfecho do caso. Zero Hora conversou, por e-mail, com uma das três filhas de Frade.
Moradora de Cacém, em Portugal, a engenheira zootécnica Sónia Frade, 38 anos, não acredita que seu pai tenha resistido ao ataque.
A seguir, uma síntese da conversa:
Zero Hora - Como repercutiu, em Lisboa, a morte do senhor Frade?
Sonia Frade - Para todos nós que conhecíamos o meu pai e para todos aqueles que não o conheciam pessoalmente mas que de alguma forma estão ligados a nós, foi um grande choque, uma morte violenta e desperdiçada, de alguém que gostava tanto da vida.
ZH - Há quantos anos o senhor Frade vivia entre Lisboa e o Rio Grande do Sul?
Sonia - O meu pai gostava muito do Brasil, país que já conhecia há mais de 20 anos. Começou por adquirir casa em Porto Alegre mas optou por se estabelecer na fazenda onde se encontrava atualmente.
Visitava com frequência o Brasil e depois de estar reformado passava temporadas entre Portugal e Brasil, permanecendo durante a vossa época estival aí e regressando a Portugal por alturas do nosso Verão, ou em outros meses para resolver algum assunto pendente. No entanto ultimamente, permanecia mais tempo em Portugal.
ZH - Ele já havia sofrido algum assalto antes?
Sonia - Que nós soubéssemos, sofreu apenas um assalto na praia de Copacabana, há muitos anos atrás.
ZH - O senhor Frade tinha medo da violência urbana no Brasil?
Sonia - Tinha plena consciência de que ela existia e de como era demonstrada.
ZH - Ele tinha algum inimigo ou algum motivo para temer pela sua segurança?
Sonia - Já tinha sido ameaçado, sim.
ZH - Quantos imóveis a família tinha no Brasil?
Sonia - Pelo que sabemos, possuía um andar em Capão da Canoa, a fazenda, carro e terrenos.
ZH - Há uma informação de que ele teria vendido um imóvel no valor de 13,5 mil euros e que o dinheiro estaria na casa no momento do assalto. A família confirma esta informação? O dinheiro foi levado?
Sonia - Sabemos que estaria na posse de dinheiro resultante da venda de um terreno, não sabemos, no entanto, qual o montante concreto em questão nem o que aconteceu a esse dinheiro.
ZH - Por que ele teria reagido ao assalto?
Sonia - E será que reagiu? Não sei os resultados da autopsia, não nos parece que o meu pai iria reagir a dois indivíduos armados. O meu pai era um homem inteligente e apesar de ser um homem saudável, tinha consciência dos seus 68 anos e das limitações inerentes a essa idade. Não se iria expor dessa forma correndo o risco de o matarem, numa batalha em que obviamente estava em desvantagem. No entanto, cabe às autoridades competentes investigarem se houve essa reação ou não e se houve se ela não ocorreu por autodefesa quando os assaltantes lhe estavam a bater ou se ocorreu por ele conhecer esses mesmos assaltantes.
ZH - A família acredita na hipótese latrocínio (roubo com morte) ou há algum indício que aponte para outro tipo de crime?
Sonia - A família e os amigos acreditam que os contornos deste assalto são suspeitos e que a intenção, acima de tudo, seria o homicídio de meu pai, mas, para isso, contamos com o trabalho sério e profissional das autoridades policiais locas, que acreditamos farão tudo para deslindar este crime atroz.
Fernando dos Santos Frade, 68 anos, foi assassinado em Maquiné
Foto: Arquivo pessoal
Engenheiro aposentado da empresa aérea TAP, Frade, proprietário de uma chácara em Maquiné, no Litoral Norte, e de um apartamento em Capão da Canoa foi espancado e assassinado com dois tiros pelas costas durante um assalto na noite de domingo.
O suspeito, cujo nome a polícia não divulgou, cumpriu pena por três anos por tráfico de entorpecentes.
— A viúva e o caseiro reconheceram ele (suspeito) como um dos homens que participaram do assalto. Mas não teria sido o autor dos disparos — diz o delegado regional do Litoral Norte, Heraldo Guerreiro.
Conforme Guerreiro, o homem negou envolvimento no crime.
Desde o início das investigações, a Polícia Civil acredita que o crime tenha sido praticado por quem conhece a região e sabia da presença do casal na residência durante o final de semana. Frade retornaria na segunda-feira a Portugal.
Na casa da vítima, havia R$ 9 mil dos R$ 15 mil recebidos pela venda de um terreno. O dinheiro, porém, não foi levado.
Em Portugal, onde Frade residia, familiares aguardam com apreensão pelo desfecho do caso. Zero Hora conversou, por e-mail, com uma das três filhas de Frade.
Moradora de Cacém, em Portugal, a engenheira zootécnica Sónia Frade, 38 anos, não acredita que seu pai tenha resistido ao ataque.
A seguir, uma síntese da conversa:
Zero Hora - Como repercutiu, em Lisboa, a morte do senhor Frade?
Sonia Frade - Para todos nós que conhecíamos o meu pai e para todos aqueles que não o conheciam pessoalmente mas que de alguma forma estão ligados a nós, foi um grande choque, uma morte violenta e desperdiçada, de alguém que gostava tanto da vida.
ZH - Há quantos anos o senhor Frade vivia entre Lisboa e o Rio Grande do Sul?
Sonia - O meu pai gostava muito do Brasil, país que já conhecia há mais de 20 anos. Começou por adquirir casa em Porto Alegre mas optou por se estabelecer na fazenda onde se encontrava atualmente.
Visitava com frequência o Brasil e depois de estar reformado passava temporadas entre Portugal e Brasil, permanecendo durante a vossa época estival aí e regressando a Portugal por alturas do nosso Verão, ou em outros meses para resolver algum assunto pendente. No entanto ultimamente, permanecia mais tempo em Portugal.
ZH - Ele já havia sofrido algum assalto antes?
Sonia - Que nós soubéssemos, sofreu apenas um assalto na praia de Copacabana, há muitos anos atrás.
ZH - O senhor Frade tinha medo da violência urbana no Brasil?
Sonia - Tinha plena consciência de que ela existia e de como era demonstrada.
ZH - Ele tinha algum inimigo ou algum motivo para temer pela sua segurança?
Sonia - Já tinha sido ameaçado, sim.
ZH - Quantos imóveis a família tinha no Brasil?
Sonia - Pelo que sabemos, possuía um andar em Capão da Canoa, a fazenda, carro e terrenos.
ZH - Há uma informação de que ele teria vendido um imóvel no valor de 13,5 mil euros e que o dinheiro estaria na casa no momento do assalto. A família confirma esta informação? O dinheiro foi levado?
Sonia - Sabemos que estaria na posse de dinheiro resultante da venda de um terreno, não sabemos, no entanto, qual o montante concreto em questão nem o que aconteceu a esse dinheiro.
ZH - Por que ele teria reagido ao assalto?
Sonia - E será que reagiu? Não sei os resultados da autopsia, não nos parece que o meu pai iria reagir a dois indivíduos armados. O meu pai era um homem inteligente e apesar de ser um homem saudável, tinha consciência dos seus 68 anos e das limitações inerentes a essa idade. Não se iria expor dessa forma correndo o risco de o matarem, numa batalha em que obviamente estava em desvantagem. No entanto, cabe às autoridades competentes investigarem se houve essa reação ou não e se houve se ela não ocorreu por autodefesa quando os assaltantes lhe estavam a bater ou se ocorreu por ele conhecer esses mesmos assaltantes.
ZH - A família acredita na hipótese latrocínio (roubo com morte) ou há algum indício que aponte para outro tipo de crime?
Sonia - A família e os amigos acreditam que os contornos deste assalto são suspeitos e que a intenção, acima de tudo, seria o homicídio de meu pai, mas, para isso, contamos com o trabalho sério e profissional das autoridades policiais locas, que acreditamos farão tudo para deslindar este crime atroz.
Fernando dos Santos Frade, 68 anos, foi assassinado em Maquiné
Foto: Arquivo pessoal
Nenhum comentário:
Postar um comentário