segunda-feira, 12 de março de 2012

Advogado anuncia que deixou a defesa

 de Macarrão no caso Eliza

Antes, ele declarou que renunciaria se houvesse proteção a Bruno.
Defesa do goleiro diz que Macarrão decidiu matar Eliza.


Macarrão, na saída do juizado de Contagem (MG), na semana passada (Foto: Reprodução/Globo News)Macarrão, na saída do juizado de Contagem, em
julho de 2010
O advogado Wasley César de Vasconcelos informou que deixou a defesa de Luiz Henrique Ferreira Romão, de apelido Macarrão, no caso Eliza Samudio. Segundo ele, o pedido de renúncia foi encaminhado por fax nesta segunda-feira (12) à Justiça. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) diz que a substituição da defesa ainda não foi oficializada.
Pouco tempo antes de comunicar sobre a decisão, Vasconcelos havia afirmado ao G1 que acreditava na inocência de Macarrão e que renunciaria ao cargo se o cliente aceitasse participar de qualquer manobra para proteger o goleiro. “Quero saber quem esteve com ele [Luiz Henrique] no presídio nos últimos dias. Eu não admito a possibilidade de ele assumir um crime para livrar o Bruno. Se eu perceber que isso aconteceu, eu renuncio na hora”, havia afirmado o advogado na manhã desta segunda-feira (12).
O advogado não quis explicar o que teria motivado a renúncia, mas disse apenas que a decisão foi tomada "por questão de foro íntimo" e que não vai mais comentar sobre o caso. "A partir do momento que eu não defendo mais o caso, eu sou proibido de falar em nome do meu ex-cliente e tecer comentário prejudicial. Isso incorreria no crime de patrocínio infiel previsto no Código Penal", disse. Vasconcelos afirma que deixa a defesa de Macarrão após um ano e dez meses acreditando na inocência do ex-cliente.
Para dar continuidade ao processo, o advogado Leonardo Diniz se apresentou como novo defensor de Macarrão. Segundo ele, nada vai ser antecipado. "Não vou dizer nada agora, o ambiente correto para isso é perante o juiz", disse ao G1. Diniz não revelou qual estratégia vai adotar na defesa e não quis comentar a declaração dada por Wasley sobre a possibilidade de renúncia.

De acordo com Diniz, o processo de substituição de advogado começou em fevereiro, quando Macarrão redigiu carta pedindo a troca, e a destituição foi protocolada no dia 6 de março no TJMG.
Neste domingo (11), o advogado Rui Caldas Pimenta, que defende o goleiro Bruno Fernandes, declarou que admitirá no julgamento a morte de Eliza. Segundo Pimenta, a tese é diferente da apresentada por outros defensores que já passaram pelo caso. Até então, a defesa do goleiro sustentava que a jovem estava viva, já que o corpo nunca foi encontrado. Pimenta contou ainda que vai afirmar no júri que Macarrão tomou a decisão de matar Eliza por ciúme de Bruno.
Eliza Samudio (Foto: Reprodução/TV Globo)Eliza Samudio
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte , e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão – conhecido como Macarrão –, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.

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