sábado, 17 de março de 2012

A Aventura de Empreender: proprietários da butique erótica apostam em administração conservadora


Ciosos de seus princípios, casal mantém Apassionata sem dívidas


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A Aventura de Empreender: proprietários da butique erótica apostam em administração conservadora Diego Vara/Agencia RBS
Empresa só teve prejuízo no primeiro exercício. Depois, só fechou no lucro

Cinco anos depois de testemunhar o nascimento de cinco pequenos negócios, Zero Hora volta para conferir o destino dos personagens que embarcaram na ousada viagem que é abrir uma empresa no Brasil. O reencontro mostra que os protagonistas da série A Aventura de Empreender, publicada em fevereiro de 2008, tiveram trajetórias distintas, com histórias de sucessos e percalços. Confira:
O negócio é movido pela ousadia de quem quer apimentar o relacionamento, mas o estilo de gestão não poderia ser mais papai-e-mamãe. Para o casal Arnon Aydos e Elisabeth Felix da Silva, o atrevimento resumiu-se à aventura de abrir a butique erótica Apassionata. Para levar a empresa ao quinto ano sólida e promissora, o segredo foi a administração recatada.

Ciosos de seus princípios, o casal mantém a Apassionata sem dívidas. Para investir, os dois preferem aplicar o lucro a tomar crédito. Fornecedores são sempre pagos à vista, o que rende descontos e é um dos segredos para se manter no azul. Antecipar recebíveis é outra prática evitada. Afinal, dinheiro custa caro e vale a pena ter as finanças organizadas para aproveitar oportunidades.

– Somos cautelosos porque tudo o que temos está aqui. Não há margem para errar – explica Arnon.

O apego à execução rígida do roteiro traçado é tamanho que envolve até a vida pessoal. E há nove meses, nasceu Frederico.

– Foi uma gravidez pensada. Decidimos dar este passo em função do que conquistamos. É sinal de confiança no futuro – diz Arnon, 36 anos, que conheceu Elisa no sexshop da irmã em Campinas (SP), onde ele trabalhava.

Aliada à gestão rígida, a clientela que desde 2007 acorreu à Apassionata – em busca de realizar fantasias ou sair da mesmice – garantiu que o prejuízo se limitasse ao primeiro exercício. Depois, só fechou no lucro, apesar de as vendas não serem beneficiadas por grandes picos e, nos últimos três anos, crescerem em média 5%.

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As virtudes do negócio
Para sorte do casal, o tipo de negócio parece ser imune a crises. A turbulência de 2008/2009, por exemplo, foi vencida sem queda no movimento de clientes, a maioria por mulheres classe média e alta, entre 25 anos e 50 anos, que conhecem a butique erótica pela propaganda boca a boca e recorrem a lingeries e brinquedos para reacender o fogo do relacionamento.

– Uma de nossas alegrias é a fidelização de clientes. Muitas mulheres passaram por dificuldades no relacionamento e, a partir da descoberta da loja, e, claro, da ajuda de terapeutas, o casamento foi reconstruído – conta Elisabeth, hoje com 41 anos.

A habilidade para tocar o negócio do balcão para trás, a parte de Arnon, tem origem na formação como administrador de empresas e do trabalho de conclusão de curso sobre produtos tabu. Na linha de frente, o traquejo no contato com os clientes vem de experiências anteriores de Elisabeth no comércio.

Sem sobressaltos, o investimento já deu retorno, e o padrão de vida melhorou bastante. O casal, que morava em apartamento de um quarto, agora vive em um de três e melhor localizado, e voltou a ter carro, já que em 2006 precisaram vender o Gol 97 para reunir capital.

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