Com três trimestres de desempenho negativo, indústria pede mais ação do governo federal
Tentativas de frear a concorrência desleal de produtos importados e reduzir o peso dos impostos não conseguiram resolver o problema da perda de importância do setor
Se a economia cresceu pouco em 2011, mais complicado é o retrato da indústria brasileira, que mergulhou em recessão.
Apesar das tentativas de frear a concorrência desleal de produtos importados, frear a valorização do real e reduzir o peso dos impostos, o governo ainda não conseguiu encontrar a solução para a perda de importância do setor, que pede mais ação, sobretudo no câmbio.
— Tivemos três trimestres seguidos de taxa negativa. Tecnicamente, a indústria está em recessão — caracteriza Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), referindo-se às quedas de 0,3%, 1,1% e 0,5% que o PIB do segmento teve do segundo ao quarto trimestres do ano passado.
Para a CNI, os efeitos da redução de impostos sobre eletrodomésticos, barreiras para a entrada de veículos importados, queda de juros e arrefecimento da crise europeia contribuirão para uma leve melhora do cenário, mas não uma reviravolta no quadro. Na quinta-feira, a entidade divulgou os números de janeiro, que reforçam a preocupação com o futuro.
— A crise na indústria é muito grave, e quanto atinge essa gravidade não tem uma só causa, mas várias. Também não será resolvida num piscar de olhos, porque não é só da indústria, é do Brasil — avalia Julio Sergio Gomes de Almeida, com experiência de atuação no governo e em entidades ligadas ao setor.
Saída depende de mediação de conflitos
Altos custos, baixa produtividade e câmbio fora do lugar estão entre os motivos das dificuldades, detalha o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Testemunha de embates entre governo e setor produtivo, Almeida afirma que a solução não depende só de vontade, mas da mediação de conflitos setoriais, sociais e políticos envolvidos. Cita como exemplo a redução do juro, crucial para a indústria mas complicado para o setor financeiro.
— Falta mostrar que estamos desperdiçando crescimento futuro. Com a atrofia do setor, quem perde não é o empresário industrial, que pode virar comerciante, mas o Brasil, que perde empregos de qualidade e inovação tecnológica — pondera.
Presidente da IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional, Ingo Plöger propõe o uso do Fundo Soberano Brasileiro para segurar o câmbio.
— Deveria comprar entre US$ 30 bilhões e US$ 60 bilhões, para investir em empresas brasileiras no Exterior, agindo com um banco de fomento. Por comprar dólares, puxa o câmbio para cima — explica.
Apesar das tentativas de frear a concorrência desleal de produtos importados, frear a valorização do real e reduzir o peso dos impostos, o governo ainda não conseguiu encontrar a solução para a perda de importância do setor, que pede mais ação, sobretudo no câmbio.
— Tivemos três trimestres seguidos de taxa negativa. Tecnicamente, a indústria está em recessão — caracteriza Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), referindo-se às quedas de 0,3%, 1,1% e 0,5% que o PIB do segmento teve do segundo ao quarto trimestres do ano passado.
Para a CNI, os efeitos da redução de impostos sobre eletrodomésticos, barreiras para a entrada de veículos importados, queda de juros e arrefecimento da crise europeia contribuirão para uma leve melhora do cenário, mas não uma reviravolta no quadro. Na quinta-feira, a entidade divulgou os números de janeiro, que reforçam a preocupação com o futuro.
— A crise na indústria é muito grave, e quanto atinge essa gravidade não tem uma só causa, mas várias. Também não será resolvida num piscar de olhos, porque não é só da indústria, é do Brasil — avalia Julio Sergio Gomes de Almeida, com experiência de atuação no governo e em entidades ligadas ao setor.
Saída depende de mediação de conflitos
Altos custos, baixa produtividade e câmbio fora do lugar estão entre os motivos das dificuldades, detalha o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Testemunha de embates entre governo e setor produtivo, Almeida afirma que a solução não depende só de vontade, mas da mediação de conflitos setoriais, sociais e políticos envolvidos. Cita como exemplo a redução do juro, crucial para a indústria mas complicado para o setor financeiro.
— Falta mostrar que estamos desperdiçando crescimento futuro. Com a atrofia do setor, quem perde não é o empresário industrial, que pode virar comerciante, mas o Brasil, que perde empregos de qualidade e inovação tecnológica — pondera.
Presidente da IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional, Ingo Plöger propõe o uso do Fundo Soberano Brasileiro para segurar o câmbio.
— Deveria comprar entre US$ 30 bilhões e US$ 60 bilhões, para investir em empresas brasileiras no Exterior, agindo com um banco de fomento. Por comprar dólares, puxa o câmbio para cima — explica.
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