segunda-feira, 12 de março de 2012

Nos pontos, passageiros divergem sobre

 greve de ônibus em BH

Sindicato disse que 30% dos coletivos estão circulando.
1,6 milhão de pessoas podem ser afetadas.


Carlos Pedro é a favor da greve dos ônibus. (Foto: Pedro Triginelli/G1)Carlos Pedro é a favor da greve dos ônibus.
 
A greve dos ônibus em Belo Horizonte que começou nesta segunda-feira (12) divide opiniões nas ruas da capital. Em dias normais, Carlos Pedro, de 43 anos, demora cerca de dez minutos para pegar o ônibus e ir para um açougue onde trabalha. Com a paralisação dos rodoviários, ele esperou por cerca de uma hora no ponto, e sem previsão de chegada do coletivo. “Mesmo com essa demora, eu sou a favor da greve. Eu faria a mesma coisa”, disse.
Mas há quem pense diferente. A auxiliar administrativo Maria da Conceição Fernandes, de 48 anos, esperou pelo ônibus por aproximadamente 30 minutos, mas preferiu andar 12 quarteirões. “Já estou atrasada par o trabalho. Vou ter que pagar do meu bolso o atraso. Eles [motoristas e cobradores] tinham que achar uma forma de parar sem prejudicar a população”, reclamou.
Tumulto na hora de embarcar nos ônibus que rodam nesta segunda-feira em BH (Foto: Pedro Triginelli/G1)Tumulto na hora de embarcar nos ônibus que circulam nesta segunda-feira em BH
Já Fátima Freitas preferiu pegar um táxi. Ela disse que cansou de esperar pelo ônibus. "Acho que se vai fazer greve, para tudo. Eles falam que está rodando 30% da frota, mas isso não está acontecendo", falou.
Junia Emanuele ligou no trabalho para avisar sobre o atraso. (Foto: Pedro Triginelli/G1)Junia Emanuele ligou no trabalho para avisar
sobre o atraso.
A recepcionista Júnia Emanuele, de 20 anos, como muitos trabalhadores de Belo Horizonte estava atrasada para ir ao trabalho."Eu sabia da greve, mas não é minha culpa e, por isso, vim no mesmo horário de sempre. Estou mais de uma hora atrasada", disse, ressaltando que havia avisado no trabalho sobre o atraso por causa da demora dos coletivos. Por volta das 10h, os pontos de ônibus da capital estavam mais vazios porque havia passado o horário de pico.
Os rodoviários de Belo Horizonte recusaram a proposta patronal e entraram em greve nesta segunda-feira (12). O sindicato da categoria informou que 30% da frota de coletivos estão atendendo aos usuários, como determina a lei. Motoristas, cobradores e despachante reivindicam 20% de reajuste, mas os patrões propõem aumento de 6%. De acordo com a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), 1,6 milhão de passageiros dependem, diariamente, dos coletivos em Belo Horizonte, mas a empresa ainda não soube informar quantas pessoas foram prejudicadas pela greve.
Segundo a Polícia Militar (PM), por causa da greve, um ônibus foi apedrejado na Rua Itajubá, no bairro Floresta, na Região Leste da capital. O motorista ficou levemente ferido.
A greve atinge as estações de embarque e desembarque de passageiros. Na Estação Venda Nova, há uma movimentação de 53 mil passageiros por dia, em 18 linhas. Na Diamante, 51 usuários são atendidos em 13 linhas, e, no Barreiro, 100 mil pessoas utilizam 25 linhas.
Ainda segundo a BHTrans, a cidade conta com uma frota de 3.010 ônibus e 296 linhas. Prevendo problemas no trânsito, a BHTrans informou que foi montado um plano de contingência com operações especiais para minimizar os impactos causados pela greve.
Betim
Segundo a Transbetim, o Sistema de Transporte Público Convencional da cidade (ônibus), conta com 130 carros que pertencem a 26 linhas e atende cerca de 50% da população de Betim, na Grande BH. Durante a manhã desta segunda-feira, cerca de 5% a 10% da frota operou com horários irregulares. Já o Sistema de Transporte de Baixa Capacidade da cidade (vans), que também atende a 50% da população, está funcionando normalmente.

Negociação

De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram), nesta semana, foi apresentada proposta de reajuste salarial de 13% mais participação nos lucros para cobradores e motoristas, além de reajuste de 9% para empregados da área administrativa. Segundo a entidade, o acordo entre patrões e rodoviários não foi firmado. Já o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) ofereceu rejuste de 13% condicionado ao aumento da carga horária diária de seis horas e 40 minutos para sete horas. Por meio da assessoria de imprensa, a entidade informou que está surpresa com o decreto de greve, mas que continua aberta às negociações

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