segunda-feira, 28 de maio de 2012

"Vi nitidamente a fisionomia de surpresa deles", diz chefe de polícia sobre assalto em Esteio

Ranolfo Vieira Junior concedeu entrevista coletiva na manhã desta segunda sobre tentativa de assalto

"Vi nitidamente a fisionomia de surpresa deles", diz chefe de polícia sobre assalto em Esteio Ronaldo Bernardi/Agencia RBS
Delegado experiente, Ranolfo afirmou que reagiu porque a situação era favorável
Com semblante ainda abatido pelo ocorrido na noite de domingo, o chefe da Polícia Civil, Ranolfo Vieira Junior, falou no final da manhã desta segunda-feira em seu gabinete sobre a tentativa de assalto sofrida ao chegar em casa, em Esteio, na Região Metropolitana. Delegado experiente, Ranolfo afirmou que reagiu porque a situação era favorável.

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Lembrou que sempre está atento a eventuais situações de risco no trânsito. Disse que, instantes antes do ataque, pode ter se distraído ao ouvir na Rádio Gaúcha, pelo rádio do carro, o gol do Grêmio contra o Palmeiras. Ranolfo acredita que os ladrões pretendiam levar o Focus dele e que sejam de Sapucaia do Sul.

Como ocorreu o ataque?
Ranolfo Vieira Junior — Chegava em casa por volta das 20h, sozinho. Lembro bem do horário, porque foi logo em seguida ao gol do Grêmio. Credito, um pouco minha desatenção, ao gol. Abri o primeiro portão do pátio e quando acionei o alarme para fechá-lo e abri a porta da garagem, olhei pelo retrovisor e vi um Astra branco atrás, dentro do meu pátio, que bateu na minha traseira. Identifiquei dois homens. Imediatamente saquei a pistola e gritei polícia.

Qual foi a reação deles?

Ranolfo
— Vi, nitidamente, a fisionomia de surpresa deles. Recuei para ficar atrás do meu carro e ficar de barreira entre eles. Aí, eles fizeram uma manobra de 360 graus e escutei dois estampidos, em seguida, efetuei três disparos. Consegui ver a placa JAI-1230. Depois, soubemos que o Astra roubado tinha placas JAP-1230. Ninguém ficou ferido. Tinha poucas pessoas na rua.

A polícia recomenda não reagir, mas o senhor reagiu...
Ranolfo — Agi tecnicamente. Tenho treinamento diferenciado. Pressenti que tinha condições de esboçar reação em centésimos de segundo. Talvez, se não estivesse sozinho, não teria reagido.

O senhor tem seguranças?
Ranolfo — Tenho. Me acompanham de domingo a domingo. Mas, naquele momento, não estavam comigo.

Temeu pela vida?

Ranolfo
— É um risco que se corre. Já fui assaltado, em 1996, quando ainda não era delegado e fiquei gravemente ferido.

O senhor acredita que eram ladrões de carro?

Ranolfo
— Não se pode descartar qualquer hipótese. Digo que tem 95% de chances de ser uma tentativa de roubar meu Focus. Infelizmente, é um modelo e marca visados. Se sabe, há mais de uma década, que tem quadrilhas de roubo de carro baseadas em Sapucaia do Sul. Possivelmente sejam de lá e, infelizmente, estão soltas por causa do sistema processual penal.

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