Cientistas encontram fósseis de embriões mais antigos do planeta
Artigo sobre a descoberta de material de 280 milhões de anos, a ser publicado este mês, contou com a participação de um pesquisador gaúcho
Um artigo a ser publicado este mês, escrito com a participação de um cientista gaúcho, relata a descoberta dos mais antigos embriões já encontrados no planeta — datados de aproximadamente 280 milhões de anos atrás, quando os dinossauros nem haviam começado a pisar sobre a Terra.
O estudo dos filhotes de um réptil aquático chamado mesossauro sugere que esses bichos primitivos poderiam se desenvolver no ventre da mãe, em vez de nascer de ovos, o que seria o primeiro registro de viviparidade entre os vertebrados.
Até então, segundo o paleontólogo do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) Jorge Ferigolo, um dos autores do texto a ser publicado na revista Historical Biology, não havia indícios concretos sobre a reprodução dos vertebrados em um período tão antigo. A análise de espécimes encontrados no Uruguai e no Centro-Oeste brasileiro com a participação de Ferigolo, porém, trouxe revelações surpreendentes.
Em infográfico, saiba mais sobre o mesossauro:
Uma delas foi a descoberta de que havia restos de filhotes em desenvolvimento em meio aos espécimes adultos — que se tornaram os mais antigos fósseis de embriões de vertebrados já descobertos em todo o mundo. Esse tipo de achado é importante porque permite estudar de que forma ocorreu a evolução da vida na terra e que estratégias de reprodução teriam sido utilizadas por animais primitivos.
Outra surpresa foi a maneira como o embrião encontrado em Goiás estava disposto. Ele se encontrava, já em estado avançado de desenvolvimento, em meio ao corpo do que seria sua mãe. Segundo o estudo assinado pelo pesquisador gaúcho e outros cientistas do Uruguai e da França, esse detalhe sugere que esses répteis bastante primitivos poderiam já se reproduzir como vivíparos, ou seja, quando o embrião se desenvolve no útero materno até o nascimento.
Se confirmada, essa hipótese indicaria que a viviparidade é bem mais antiga do que se poderia supor, e o mais antigo registro desse tipo de reprodução animal já encontrado. Ferigolo sustenta, porém, que ainda não é possível transformar essa possibilidade como certeza porque, entre os fósseis localizados no Uruguai, havia um outro filhote de mesossauro enrolado sobre si mesmo, como se estivesse dentro de um ovo. Mesmo que não tenha sido encontrada uma casca em volta, ela pode ter sido destruída pela passagem do tempo.
— É possível que esses animais fossem vivíparos, ou que fossem colocados em ovos, mas já com um desenvolvimento muito adiantado — observa Ferigolo.
As pistas sobre as origens da reprodução dos vertebrados foram recebidas com tanto interesse pela comunidade científica que o artigo sobre o assunto se tornou o mais lido de todos os tempos na versão digital da revista científica internacional. Somente este mês, porém, o trabalho ganhará publicação impressa. Parte do material analisado está guardado na coleção científica da FZB, na Capital.
— Esse tipo de estudo mostra a grande importância de ter coleção de fósseis em instituições como a nossa, bem armazenadas e acondicionadas — afirma Ana Maria Ribeiro, curadora da coleção da FZB.
A expectativa dos pesquisadores é de que novas descobertas confirmem de vez a maneira como os mesossauros se reproduziam. Se forem encontrados novos espécimes bem enrolados, ganhará força a hipótese dos ovos. Se estiverem alojados no que seria o útero materno, estaria mantida a versão vivípara. Enquanto isso, resta a dúvida sobre quem veio primeiro: o ovo ou o mesossauro.
O estudo dos filhotes de um réptil aquático chamado mesossauro sugere que esses bichos primitivos poderiam se desenvolver no ventre da mãe, em vez de nascer de ovos, o que seria o primeiro registro de viviparidade entre os vertebrados.
Até então, segundo o paleontólogo do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) Jorge Ferigolo, um dos autores do texto a ser publicado na revista Historical Biology, não havia indícios concretos sobre a reprodução dos vertebrados em um período tão antigo. A análise de espécimes encontrados no Uruguai e no Centro-Oeste brasileiro com a participação de Ferigolo, porém, trouxe revelações surpreendentes.
Em infográfico, saiba mais sobre o mesossauro:
Uma delas foi a descoberta de que havia restos de filhotes em desenvolvimento em meio aos espécimes adultos — que se tornaram os mais antigos fósseis de embriões de vertebrados já descobertos em todo o mundo. Esse tipo de achado é importante porque permite estudar de que forma ocorreu a evolução da vida na terra e que estratégias de reprodução teriam sido utilizadas por animais primitivos.
Outra surpresa foi a maneira como o embrião encontrado em Goiás estava disposto. Ele se encontrava, já em estado avançado de desenvolvimento, em meio ao corpo do que seria sua mãe. Segundo o estudo assinado pelo pesquisador gaúcho e outros cientistas do Uruguai e da França, esse detalhe sugere que esses répteis bastante primitivos poderiam já se reproduzir como vivíparos, ou seja, quando o embrião se desenvolve no útero materno até o nascimento.
Se confirmada, essa hipótese indicaria que a viviparidade é bem mais antiga do que se poderia supor, e o mais antigo registro desse tipo de reprodução animal já encontrado. Ferigolo sustenta, porém, que ainda não é possível transformar essa possibilidade como certeza porque, entre os fósseis localizados no Uruguai, havia um outro filhote de mesossauro enrolado sobre si mesmo, como se estivesse dentro de um ovo. Mesmo que não tenha sido encontrada uma casca em volta, ela pode ter sido destruída pela passagem do tempo.
— É possível que esses animais fossem vivíparos, ou que fossem colocados em ovos, mas já com um desenvolvimento muito adiantado — observa Ferigolo.
As pistas sobre as origens da reprodução dos vertebrados foram recebidas com tanto interesse pela comunidade científica que o artigo sobre o assunto se tornou o mais lido de todos os tempos na versão digital da revista científica internacional. Somente este mês, porém, o trabalho ganhará publicação impressa. Parte do material analisado está guardado na coleção científica da FZB, na Capital.
— Esse tipo de estudo mostra a grande importância de ter coleção de fósseis em instituições como a nossa, bem armazenadas e acondicionadas — afirma Ana Maria Ribeiro, curadora da coleção da FZB.
A expectativa dos pesquisadores é de que novas descobertas confirmem de vez a maneira como os mesossauros se reproduziam. Se forem encontrados novos espécimes bem enrolados, ganhará força a hipótese dos ovos. Se estiverem alojados no que seria o útero materno, estaria mantida a versão vivípara. Enquanto isso, resta a dúvida sobre quem veio primeiro: o ovo ou o mesossauro.
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