sábado, 8 de outubro de 2011

Qual será a marca do PT no pleito de 2012?

A um ano da disputa eleitoral, o maior partido de Santa Maria ainda não definiu candidato à prefeitura

A escolha de um candidato ideal ? que possa ter condições de vencer uma eleição ? passa por inúmeras etapas. Primeiro, ele deve convencer seus aliados que é o nome certo para representá-los. Depois, ele necessita provar que tem apelo popular e que pode conquistar um maior número de votos do que os adversários.

Além desses requisitos óbvios, existem outros que podem tornar essa escolha não tão simples como decidir, por exemplo, pelo tipo de café que se tomará pela manhã.

Alguns gostam dos mais fortes e marcantes, outros, dos mais suaves. E há ainda os que valorizam uma combinação dessas características anteriores. Agora, assim como um bom copo de café, o candidato escolhido tem o desafio de agradar e cair no gosto do público. Se isso não acontecer, ele será descartado e pode ficar esquecido nas prateleiras da política.

Atualmente, o PT de Santa Maria parece enfrentar uma situação, no mínimo, delicada e que poderá mudar os rumos da próxima eleição na cidade. Com três importantes nomes a sua disposição para o embate municipal de 2012 ? Fabiano Pereira, Paulo Pimenta e Valdeci Oliveira ?, o partido tem de passar por uma desgastante escolha para tentar interromper a continuidade do governo do atual prefeito Cezar Schirmer (PMDB).

Para chegar até esse nome, o caminho deve ser longo. Disputas internas, testes de força e briga pelo controle da legenda são ingredientes que influenciarão na decisão do candidato que representará o maior partido de Santa Maria ? que tem cerca de 4,8 mil filiados ? na disputa pelo comando da cidade. Essa escolha já acontece nos bastidores e está nas mãos das três mais importantes lideranças locais.

Até o momento, o trio já se reuniu em pelo menos duas ocasiões para discutir o assunto. Em uma delas, inclusive, o encontro teve a presença do governador Tarso Genro, que teria pedido uma definição do grupo sobre o assunto. De oficial, nenhuma pista. Apenas o discurso de que a sigla deve se manter unida em torno do candidato escolhido.

O assunto não se tornou recorrente apenas dentro do partido. Nas ruas e nos diretórios de outras siglas, o caso é discutido com fre- quência. E não poderia ser diferente, já que o PT, com Valdeci Oliveira, comandou Santa Maria entre 2001 e 2008, e na última disputa municipal, com Pimenta, ficou em segundo lugar com 58.700 votos.

O peso eleitoral petista costuma abocanhar, ao menos nos últimos três pleitos municipais, pelo menos um terço dos votos válidos, e o partido vem, eleição após eleição, em uma curva ascendente. Em 2000, Valdeci conquistou a prefeitura com 33,8% dos votos. Em 2004, chegou ao segundo mandato com 35,04% da votação e, em 2008, Pimenta, que foi derrotado por Schirmer, recebeu 39,12% dos votos válidos.

Possibilidades ? O trio que comanda o PT em Santa Maria não abre o jogo sobre quem poderá representar o partido na disputa pelo comando da prefeitura. Questionados, todos negam ser candidatos. Valdeci, que já venceu duas eleições municipais, parece ser o mais decidido em não concorrer. Apesar de dizer que sua decisão em não participar da disputa seja porque optou em terminar seu mandato como deputado estadual, há quem diga que o não julgamento de contas de sua administração ainda como prefeito, a ser feito pela Câmara de Vereadores, poderia impedir sua candidatura e seria usada como arma pelo PMDB.

? Eu não sou candidato. Por um único motivo. Eu disse que se me elegesse (para deputado), eu ficaria quatro anos. Eu já fiz a minha parte. Eu defendo o Fabiano ou o Pimenta. Um dos dois tem que ser o candidato. Não tem essa história reprovarem as contas ? diz Valdeci.

O deputado federal Paulo Pimenta, que já foi vice-prefeito, no primeiro mandato petista, não nega o sonho em comandar Santa Maria. Mas seu bom momento político, segundo ele, pode lhe afastar de uma possível eleição. Pimenta, que é o líder da bancada gaúcha no Congresso, alega que ficaria complicado deixar a Câmara dos Deputados, pois é o único deputado federal do PT que representa a Metade Sul do Estado.

Além disso, ele não nega que sonha também em tentar uma vaga no Senado e está de olho na cadeira que será aberta pelo senador Pedro Simon (PMDB) em 2015. Pimenta revela que o partido já teria uma decisão.

? Eu fui para a última reunião (com Fabiano e Valdeci) para comunicar que não seria candidato, porque sou coordenador da bancada. A minha expectativa era de que o Fabiano saísse da reunião como candidato. Só que ele também comunicou que não seria. Que não tem como sair da secretaria.

Portanto, saímos da reunião com a decisão que nenhum dos três colocaria o nome à disposição do partido. A não ser que surja um fato novo, o PT terá um candidato novo ? adiantou Pimenta, revelando que cada ala do partido deve indicar um nome, e que pelo PT Amplo, a sugestão será o da vereadora Helen Cabral.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Fabiano Pereira, aparentemente foi o que mais se mostrou aberto a representar o PT em 2012. Vivendo bom momento dentro do governo gaúcho, Fabiano revela que tem um compromisso com o governador Tarso Genro, mas admite que sonha em governar Santa Maria.

? Neste momento, posso ser muito útil dentro da secretaria. Tudo isso é um processo. Não é um jogo de empurra. Temos muito diálogo. Acima de qualquer coisa, queremos o partido unido ? disse Fabiano, que ficou como suplente de deputado estadual nas eleições de 2010.

Apesar de ressaltar a importância do trabalho dentro da secretaria, Fabiano não negou, veementemente, como os outros dois, que não quer participar do pleito. Seria uma pista?

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