terça-feira, 8 de março de 2011

07/03/2011 | N° 2756 AlertaVoltar para a edição de hoje

ARTIGO

Educação como reabilitação

Em conversa com a diretora da Escola Julieta Balestro, professora Maria Sueli Mino Ferrari, instituição esta que funciona junto ao Presídio Regional de Santa Maria, ela me informou que sete alunos da escola passaram no vestibular e outros tantos na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Recebi essa informação com imensa alegria. Isso é uma prova que por meio da educação podemos, sim, reabilitar aquelas pessoas que por vários motivos se encontram presas devido a seus crimes.

Sou e sempre serei contra prisão, somente com o sentido de tirar a liberdade de alguém. A prisão tem de ter o sentido de reabilitar o delinquente que cometeu o seu crime. Temos inúmeras provas no Brasil inteiro de que nosso sistema penitenciário tem servido apenas como escola do crime. Presos com penas leves, juntamente com presos de alta periculosidade, presídios lotados sem o mínimo de humanidade com aqueles que ali estão pagando pelos seus crimes.

Há um velho ditado que diz: “Cachorro comedor de ovelha, só matando”. Vários criminosos, por mais que a sociedade dê oportunidades, não querem se reabilitar, pois o sentido da vida deles é o ódio, a tragédia, a morte etc. Mas um grande número de presidiários que por algum momento de suas vidas cometeram erros, assim como nós, seres humanos, cometemos, querem pagar pelos seus crimes. Para isso, temos de ter um sistema prisional que ofereça condições dignas e de reabilitação a essas pessoas para que elas possam voltar a conviver em sociedade, sendo produtivas e não transferindo suas experiências negativas a outras pessoas, para que essas pessoas não caiam nos mesmos erros que eles caíram na vida.

O exemplo destes estudantes presidiários que passaram no vestibular e nas provas do Enem devem servir de exemplo a outros presos e à sociedade em geral, que, com esforço e dedicação, compreensão e amor ao próximo, tudo é possível.

Encerro dizendo, o grande semeador é aquele que não se cansa de jogar a semente, semeando, cuidando até que ela germine e dê bons frutos. Jesus foi nosso grande semeador, e jamais cansou de jogar a semente do amor, da fraternidade e da paz. Para nos salvar, Ele deu a sua vida.
ARNALDINHO SOUZA|Autônomo

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