terça-feira, 20 de setembro de 2011

Causas são econômicas

Afinal, o que está por trás dos últimos protestos na cidade, no Estado e no país? Para o professor do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e conselheiro da Associação Nacional de Professores Universitários de História (ANPUH/RS), Diorge Alceno Konrad, todos os tipos de manifestações que têm acontecido ao longo deste ano são resquícios da crise econômica mundial de 2008, porém não deixam de ser atos políticos.

Segundo ele, tudo gira em torno da economia. Ou seja: se os policiais protestam por melhores salários, envolve dinheiro; se os arrozeiros não conseguem que a sua produção seja valorizada, envolve dinheiro; se os estudantes protestam pela educação, é porque estão faltando investimentos, o que está ligado a dinheiro. Tudo isso, na opinião do professor, é um sinal amarelo de uma crise mundial mais adiante, que deve ser muito bem analisada pelo governo.

Quanto às formas de protestos, ele diz que se distinguem quanto ao impacto que causam sobre a sociedade.

? Os servidores (técnico-administrativos em educação) da UFSM estão em greve, reivindicando seus direitos de uma forma que uma parcela dos serviços seja afetada. É muito diferente da greve dos metroviários que ocorreu há poucos dias na Capital, que durou apenas um dia, em que o impacto foi muito maior. Se parassem por mais tempo, uma grande parcela de usuários seria afetada. São proporções diferentes para o mesmo tipo de protesto ? explicou Konrad.

Policiais ? O professor acrescenta como exemplo as manifestações contra os baixos salários dos policiais militares, e comenta que, como muitos militares são impedidos por lei de fazer greve, acabam encontrando outras formas de protestar, como pendurar bonecos e queimar pneus.

Ele aponta que greves e ocupações de espaços públicos não são as últimas ferramentas que se tem para chamar a atenção. As últimas instâncias seriam manifestação de massa ou revolução, como a feita pelos gaúchos, na Revolução Farroupilha, para exigir menos impostos e, por fim, tentar a separação do Estado.


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