quarta-feira, 30 de maio de 2012

Arena do Grêmio promete dar outra cara ao Humaitá e a outros bairros da zona norte de Porto Alegre

Há décadas o local sofre com ocupações irregulares, falta de saneamento e violência.


Arena do Grêmio promete dar outra cara ao Humaitá e a outros bairros da zona norte de Porto Alegre Lauro Alves/Agencia RBS
Empresários e moradores apostam no megaempreendimento para redesenhar a região          
Existe uma data para que o extremo norte da cidade, principal porta de entrada da Capital, ressurja com outra face: setembro de 2015. Será quando os prédios do bairro planejado em torno da futura Arena do Grêmio começarão a ser ocupados pelos moradores, e executivos engravatados tomarão espaço nas torres comerciais.

Empresários e moradores do Humaitá e bairros do entorno apostam que o megaempreendimento, a ser lançado neste quarta-feira, terá o poder de redesenhar a região, que há décadas sofre com ocupações irregulares, falta de saneamento e violência. Só o Liberdade, projeto da OAS com torres residenciais, comerciais e até um shopping center, tem movimentação estimada pelo mercado imobiliário ao redor de R$ 1 bilhão: R$ 530 milhões na venda de apartamentos, R$ 146 milhões com salas e quartos no hotel e um valor adicional com o aluguel de lojas.
— O efeito na região deve ser muito parecido com o que ocorreu nos bairros Passo D'Areia e Lindoia depois da chegada do Shopping Iguatemi, nos anos 80, quando houve uma explosão de investimentos comerciais e residenciais aos arredores — projeta Paulo Garcia, presidente do Sindicato da Construção Civil no Estado.
Projetos sociais e melhorias viárias iniciadas nos bairros Humaitá, Navegantes e Farrapos, além da perspectiva do novo bairro, já provocam efeito de valorização na área. Nos últimos cinco anos, o preço dos imóveis subiu 40% na região, conforme o sindicato da indústria imobiliária da Capital (Secovi). Quando o bairro Liberdade for inaugurado, um apartamento recém-lançado no Humaitá custará o dobro do que custava em 2007, prevê o vice-presidente comercial da entidade, Gilberto Cabeda.
— Ainda há muitos terrenos livres e depósitos industriais subutilizados naquela região, que provavelmente se transformarão em prédios comerciais e torres de escritórios nos próximos 10 anos — afirma Cabeda.
Nos últimos quatro anos, a Secretaria de Meio Ambiente da Capital licenciou 40 novos empreendimentos no Humaitá. Conforme corretores de imóveis, pelo menos cinco grande construtoras gaúchas e paulistas têm projetos no bairro. Dessas, apenas a Rossi, que já lançou um condomínio no bairro, admite os planos.

No radar do varejo

Além das construtoras, o varejo coloca a Zona Norte em seu radar. Em 2011, a Secretaria de Indústria e Comércio concedeu 96 alvarás para a atividade comercial no bairro Humaitá. Foi quase o dobro da emissão no ano anterior (53). E o ritmo continua forte, com 41 registros concedidos até maio deste ano.
— Muitos ainda são pequenos negócios, que nasceram para atender aos trabalhadores da Arena do Grêmio. Grandes empreendimentos devem chegar após a inauguração do Liberdade e à medida que os problemas na região sejam resolvidos — afirma Gustavo Schifino, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da Capital.
Pontualmente, emergem projetos que reforçam a perspectiva de dias melhores para os negócios na região. O supermercado Rissul inaugurado na Avenida Dom Pedro, bairro Humaitá, há dois anos, teve recebeu um tratamento visual especial e novo conceito de atendimento. O objetivo da rede foi iniciar por aquela unidade um novo modelo de negócio, de olho no potencial ascendente de vendas.
— Já percebemos um aumento do nível de consumo na região — afirma Toni Almeida, encarregado de loja.
Vem mais por aí. O shopping no bairro Liberdade deverá ser administrado por uma grande empresa que já esteja em atividade em Porto Alegre. Analistas apontam que os grupos Zaffari, Multiplan e Iguatemi estariam interessados em cravar bandeira no bairro planejado.
— Ainda há poucos investimentos de grandes redes varejistas na região, mas todos apostam que isso vai mudar nos próximos anos — afirma Thômaz Nunnenkamp, diretor da Associação de Comerciantes do Humaitá e Navegantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário