Rua concentra 20% dos homicídios em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos
Nove dos 44 casos registrados no quadrimestre ocorreram na Rua da Divisa
Com apenas 300 metros, rua de chão batido chama a atenção pelo alto índice de criminalidade
O carro da polícia passava lentamente pela rua de chão batido. Com armas de grosso calibre apontadas para cima, a viatura chamaria a atenção em outros lugares. Mas não é o que acontece na Rua da Divisa, em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
Para os moradores do local, armas são um artigo visto diariamente, e o convívio com a violência, uma experiência comum.
Na pequena rua da Vila Palmeira foram cometidos 20% de todos os homicídios consumados em Novo Hamburgo no primeiro quadrimestre deste ano. Isso quer dizer que, a cada cinco assassinatos ocorridos na cidade de cerca de 260 mil habitantes, um foi cometido nos pouco mais de 300 metros da rua. Encontrar os culpados pela onda de mortes é considerado um dos principais objetivos da força-tarefa da Polícia Civil que completa uma semana de atuação no município.
Para a polícia, a violência se intensificou com a morte do líder do tráfico de drogas na região. Morador da Rua da Divisa, Everton Rodrigues dos Santos, 25 anos, foi morto com quatro tiros em setembro do ano passado. De acordo com o delegado Enizaldo Plentz, que coordena a equipe, a morte de Miguelzinho, como o jovem era conhecido, desencadeou a onda de mortes.
Nos últimos três meses do ano passado, algumas das mortes que aconteceram na Vila Palmeira foram creditadas à vingança pelo assassinato de Miguelzinho. O jovem suspeito de cometer o crime, Natanael dos Santos, 25 anos, está foragido e toda a família dele teve que deixar a região.
— Depois que o Miguelzinho foi morto, nós prendemos os irmãos dele, que haviam continuado na liderança do tráfico— lembra o delegado.
Com a prisão da família que controlava o tráfico, a disputa passou a ser por pontos de venda de drogas. Outra descoberta dos investigadores é a participação de adolescentes em mortes. Dos nove homicídios cometidos neste ano na Rua da Divisa, pelo menos cinco seriam de autoria de menores de 18 anos.
— Um desses adolescentes passou a cobrar para executar desafetos de outras pessoas. Ele ainda espalhou na vila, para os amigos, que todos poderiam matar até os 18 anos, porque as consequências eram pequenas — afirma a investigadora Rosângela Vaz.
Para quem vive no local, estar no meio do fogo cruzado se tornou uma rotina.
— É comum ouvirmos tiros, e os furtos e roubos nas casas também são uma rotina. Vivemos aqui porque precisamos, não temos como largar a nossa casa e sair sem rumo — afirma uma dona de casa, que pediu para não ser identificada.
Mesmo para os investigadores, é difícil ter acesso aos moradores. Qualquer um que converse com um policial é alvo de intimidação.
— Sabemos que boa parte desses moradores são pessoas bem, que precisam conviver com a violência— diz o delegado.
No quadrimestre
Homicídios em Novo Hamburgo — 44
Homicídios na Rua da Divisa — 9
Para os moradores do local, armas são um artigo visto diariamente, e o convívio com a violência, uma experiência comum.
Na pequena rua da Vila Palmeira foram cometidos 20% de todos os homicídios consumados em Novo Hamburgo no primeiro quadrimestre deste ano. Isso quer dizer que, a cada cinco assassinatos ocorridos na cidade de cerca de 260 mil habitantes, um foi cometido nos pouco mais de 300 metros da rua. Encontrar os culpados pela onda de mortes é considerado um dos principais objetivos da força-tarefa da Polícia Civil que completa uma semana de atuação no município.
Para a polícia, a violência se intensificou com a morte do líder do tráfico de drogas na região. Morador da Rua da Divisa, Everton Rodrigues dos Santos, 25 anos, foi morto com quatro tiros em setembro do ano passado. De acordo com o delegado Enizaldo Plentz, que coordena a equipe, a morte de Miguelzinho, como o jovem era conhecido, desencadeou a onda de mortes.
Nos últimos três meses do ano passado, algumas das mortes que aconteceram na Vila Palmeira foram creditadas à vingança pelo assassinato de Miguelzinho. O jovem suspeito de cometer o crime, Natanael dos Santos, 25 anos, está foragido e toda a família dele teve que deixar a região.
— Depois que o Miguelzinho foi morto, nós prendemos os irmãos dele, que haviam continuado na liderança do tráfico— lembra o delegado.
Com a prisão da família que controlava o tráfico, a disputa passou a ser por pontos de venda de drogas. Outra descoberta dos investigadores é a participação de adolescentes em mortes. Dos nove homicídios cometidos neste ano na Rua da Divisa, pelo menos cinco seriam de autoria de menores de 18 anos.
— Um desses adolescentes passou a cobrar para executar desafetos de outras pessoas. Ele ainda espalhou na vila, para os amigos, que todos poderiam matar até os 18 anos, porque as consequências eram pequenas — afirma a investigadora Rosângela Vaz.
Para quem vive no local, estar no meio do fogo cruzado se tornou uma rotina.
— É comum ouvirmos tiros, e os furtos e roubos nas casas também são uma rotina. Vivemos aqui porque precisamos, não temos como largar a nossa casa e sair sem rumo — afirma uma dona de casa, que pediu para não ser identificada.
Mesmo para os investigadores, é difícil ter acesso aos moradores. Qualquer um que converse com um policial é alvo de intimidação.
— Sabemos que boa parte desses moradores são pessoas bem, que precisam conviver com a violência— diz o delegado.
No quadrimestre
Homicídios em Novo Hamburgo — 44
Homicídios na Rua da Divisa — 9
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