sábado, 8 de outubro de 2011

Por enquanto, o vice manda

Desde que Jorge Valdeni Martins (PTB) foi afastado judicialmente do cargo de prefeito de São Vicente do Sul, o político tem garantido que é certo o seu retorno ao comando da prefeitura. Na última quinta-feira, em entrevista ao Diário, ele reafirmou:

? Eu não peço para sair. Em no máximo 15 dias, eu já estarei de volta ? projeta o político, que tem passado os dias entre a sua casa na cidade e a propriedade do seu sogro, na zona rural do município.

No entanto, a cidade de 8,3 mil habitantes se mostra dividida quanto ao afastamento do político. Recaem sobre ele suspeitas no processo de licitação da contratação da empresa de coleta seletiva de lixo. Outra situação apontada pelo Ministério Público (MP) seria a compra de um veículo pela metade do preço, usado pela sua companheira. O carro foi comprado de uma firma de transportes que teria ligação com a empresa que presta os serviços de recolhimento de lixo na cidade.

? Fui ingênuo em comprar esse carro. Não há má-fé ? sustenta.

Na Praça Borges de Medeiros, principal ponto de encontro dos moradores da cidade, o assunto é o mesmo: o afastamento do prefeito.

? É vergonhoso ? avalia o fotógrafo Caio Pacheco, sobre as possíveis irregularidades cometidas por Jorge Martins.

Porém, há quem apoie o prefeito. Para o pedreiro Luís Rosa, a questão é meramente política. Na avaliação de Rosa, o prefeito é um ?homem bom?.

? Ele faz um bom trabalho ? acredita.

Enquanto o prefeito conta os dias para um possível retorno ao cargo, o seu vice, Roberto Farias Nagera (PTB), exerce a função de gerenciar a máquina pública.

Nagera lembra que no dia em que oficiais de Justiça e integrantes do Ministério Público cumpriam mandados de busca e apreensão na sede do Executivo ? para apreender documentos e notas do processo de licitação da contratação da empresa de coleta seletiva de lixo ?, ele estava na sala em frente à do prefeito.

? Ele (Jorge Martins) me chamou e disse que eu teria de assumir ? conta, sentado na cadeira de prefeito, o político que é funcionário municipal e se filiou ao PTB em 2007.

Perseguição? ? O prefeito afastado diz que está vivendo um pesadelo bem semelhante ao de 2006, quando foi cassado com suspeitas de irregularidade no execução do programa Verão Gaúcho, que previa que cidades gaúchas com balneários fornecessem atendimento médico e distribuição de medicamentos durante a estação do calor. Para ele, a situação atual tem o dedo da oposição na Câmara de Vereadores.

? Eles querem me detonar ? acredita Jorge Martins.

O presidente do Legislativo, Paulo Sérgio Rodrigues Flores (PMDB), que faz parte da oposição a Martins, diz que a Câmara exerce apenas seu papel de fiscalização do Executivo. E nada mais.

? Não se trata de nenhuma perseguição, mas vale lembrar que ele já responde a outros processos ? afirma Flores.


Nenhum comentário:

Postar um comentário