Fábio Rochemback engrossará a colônia de brasileiros do futebol chinês
Viagem do jogador para a China deverá ocorrer terça-feira, tão logo o Dalian envie fax confirmando as bases do negócio e as passagens
Negociado com o Dalian Shide FC, da China, o volante Fábio Rochemback não irá enfrentar as dificuldades de adaptação vividas pelo atacante Adriano Michael Jackson, ex-Palmeiras. Uma colônia de brasileiros começa a ser formada no clube chinês, quer terminou como 13º colocado no campeonato nacional.
Quem também já está contratado é o zagueiro Túlio Tanaka, que atuou pela seleção japonesa na Copa de 2010. Na próxima semana, o clube irá definir a contratação de um preparador físico brasileiro.
Para o baiano Adriano Michael Jackson, as coisas foram muito mais difíceis. Negociado pelo Palmeiras em julho do ano passado, já queria voltar ao Brasil cinco meses mais tarde. Em novembro, numa visita à sede do Bahia, pediu ao gestor de futebol Paulo Angioni que tratasse de seu empréstimo com a direção do Dalian. Dizia não suportar mais "comida crua e tanta gente parecida", além de não saber o nome de nenhum jogador do clube. Como o negócio não avançou, irá reapresentar-se em março.
Só na terça-feira Rochemback soube do interesse do Dalian. Desta vez, ao contrário de janeiro de 2011, quando recusou uma oferta chinesa para poder disputar mais um Brasileirão pelo Grêmio, autorizou seu empresário, Vifran Pompeu, a abrir negociação. Salário acertado, o agente perguntou ao diretor-executivo Paulo Pelaipe se o jogador poderia ser liberado, o que ocorreu.
A viagem para a China deverá ocorrer terça-feira, tão logo o Dalian envie fax confirmando as bases do negócio e as passagens. Serão dois anos de contrato, numa situação financeira "muito compensadora" para o jogador, conforme Vifran. Para ser liberado, o volante abriu mão dos 50% que detinha sobre seus direitos econômicos. O Grêmio deverá lucrar US$ 5 milhões (R$ 8,8 milhões).
No novo clube, o ex-capitão gremista terá à disposição um intérprete que fala espanhol. O idioma é dominado por Rochemback desde sua passagem pelo Barcelona, entre 2001 e 2003. Difícil será a convivência longe dos filhos Luca, nascido há apenas 25 dias, e Leonardo, de três anos. Se o projeto de Vifran der certo, em 45 dias a família estará se mudando para a China.
— É o tempo para montar toda a estrutura de que eles vão precisar — diz Vifran, que, em 2002, mudou-se com Rochemback para a Espanha. Dali em diante, tornou-se, além de empresário, seu melhor amigo.
A pré-temporada do Dalian, por coincidência, será na Espanha. O campeonato começa em 6 de março. A temporada chinesa dura dez meses. No caso de Rochemback, serão 20 meses fora do país. Quando o contrato se encerrar, terá 32 anos. Segundo Vifran, muito longe ainda de pensar no encerramento da carreira.
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