quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Falta de comando aprofunda crise no PMDB gaúcho

Partido está rachado entre as possibilidades para substituir presidência da sigla

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Um navio à deriva em meio à tempestade, uma tripulação aparentemente preocupada em salvar a própria pele e um comandante que, misteriosamente, abandonou o leme: este é o retrato do PMDB gaúcho. 

Rachado entre as possibilidades suscitadas para substituir Ibsen Pinheiro na presidência da sigla (ele comunicou em dezembro que deixaria o cargo), o PMDB ainda se debate por não ter definido o seu rumo na eleição à prefeitura de Porto Alegre.

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A primeira tarefa é definir a sucessão de Ibsen. Antes, não há como tomar qualquer decisão relacionada aos pleitos municipais.

Uma hipótese é a manutenção do atual diretório, que seria convocado para eleger nova executiva e escolher um presidente de consenso. Há outras alternativas, mas a bancada estadual afirma que vai apelar pela permanência de Ibsen até o fim do ano.

— Vamos estudar uma forma de sensibilizá-lo. Se isso não acontecer — afirma o deputado Marco Alba, que, nos bastidores, está credenciando o secretário-geral do PMDB, João Alberto Machado, para a presidência.

A saída de Ibsen, que não quis dar entrevista, causa diferentes interpretações. Há quem diga que ele não queira permanecer no cargo em um ano eleitoral que ameaça impor ao PMDB uma redução no número de prefeituras e de vereadores. 

Setores do partido avaliam a postura como “individualista” e a comparam ao comportamento de José Fogaça e Germano Rigotto. Ambos, após serem derrotados em 2010, estão distantes da vida partidária. 

A tese mais forte, porém, é a de que Ibsen já esteja fardado para concorrer à prefeitura da Capital — seja como vice de Fortunati ou como cabeça de chapa.

— Ele saiu para se colocar no jogo. Não tem como ser presidente do partido e, ao mesmo tempo, articular a sua própria indicação à prefeitura — avalia um líder peemedebista.

Perdidos em um labirinto de discórdias, os peemedebistas ensaiam um discurso unificado quando instados a avaliar os motivos que levaram a sigla à crise: individualismo exacerbado, estratégia equivocada na eleição de 2010 e opção pelo regionalismo, com a desvinculação de projetos políticos nacionais.

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