sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Tempo para unir a categoria

Em assembleia, professores decidem adiar decisão de greve e ampliar ações de mobilização entre docentes

Apesar de ser a causa da assembleia da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), o tema ?indicativo de greve? foi um coadjuvante da reunião, realizada ontem à tarde, no auditório do Centro de Ciências Rurais (CCR). Não causou espanto o ponto ter sido rejeitado, quando posto em discussão. Os professores preferiram fortalecer a mobilização da categoria, com reuniões setoriais e panfletagens antes de tomar uma decisão.

Os temas centrais do encontro foram dois. Um deles, a proposta apresentada pelo governo federal ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), na última terça-feira. Na questão salarial, a oferta fundamental seria incorporar a Gratificação Específica do Magistério Superior (Gemas) ? que inclui pagamentos extras para situações de periculosidade, insalubridade e tempo de serviço ? ao vencimento básico dos professores.

Muitos docentes manifestaram contrariedade com a proposta, avaliando que ela beneficiaria pouco e a poucos professores. Segundo cálculos do presidente da Sedufsm, Rondon de Castro, um professor titular com 30 anos de carreira receberia cerca de R$ 500 de reajuste, porém, um professor adjunto 1 receberia R$ 50.

O segundo tema da assembleia ? que tomou a maior parte do encontro ? foi a desmobilização dos professores da UFSM para discutir temas de interesse geral, como a defesa do plano de carreira ou a votação do indicativo de greve. Eles se questionaram se os 66 docentes presentes ? entre os 1,3 mil associados ao sindicato ? poderiam definir assuntos tão sérios. Na plateia, houve quem acreditasse que Santa Maria deveria ser a primeira federal a se manifestar favorável à greve. Ao final, as dezenas de cadeiras vazias de auditório deram voto contrário.

? Estamos no processo de construção da mobilização. Na última assembleia tivemos 50 associados, hoje, beiramos os 70. As pessoas estão vindo e expondo suas ideias. Estamos nos fortalecendo ? diz o vice-presidente da Sedufsm, Júlio Quevedo.

Na opinião do professor do curso de História Diorge Konrad, o número de pessoas na assembleia não é fator decisivo para a escolha, mas sim o amadurecimento da ideia.

? Já decidimos greve com menos pessoas do que hoje, mas há pessoas aqui e em outras universidades dizendo que é o momento de esperar. Temos de avançar mais nas conversas, nas negociações ? acredita Konrad.

Negociações ? A definição de Santa Maria será apresentada na reunião da Andes no sábado, em Brasília. Na segunda-feira, ocorre nova rodada de negociações entre o sindicato nacional e o governo federal.

tatiana.dutra@diariosm.com.br
TATIANA PY DUTRA
MAIS
Em Cachoeira
Vai ser assinada, no próximo dia 16, a autorização para funcionamento de uma unidade de extensão da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em Cachoeira do Sul. O anúncio foi feito por telefone, por um representante do Ministério da Educação, ao prefeito Sergio Ghignatti. O Colégio Marista Roque Gonçalves deve ser alugado, provisoriamente, para abrigar a instituição, até a escolha do local definitivo
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário