domingo, 18 de setembro de 2011

A dor do capitão: Bolívar fala sobre momento de turbulência no Inter

Zagueiro se coloca à disposição de Dorival e diz que perseguição da torcida acabou atingindo seu filho, vítima de colegas na escola



A voz de Bolívar ainda fica levemente embargada. A respiração se torna mais pesada, e a fisionomia, tensa. O capitão e líder do time, apelidado de “general” pela mão forte no vestiário, sente o golpe pela crise com a torcida. Neste domingo, o terceiro jogo fora do time, Bolívar acompanhará pela TV à partida contra o Coritiba, às 18h, no Beira-Rio.

Na sexta-feira, Bolívar conversou por uma hora com ZH no escritório do seu agente, Neco Cirne. Chegou antes da hora marcada. Acomodado na sala de Neco, divertia-se com vídeos da internet assistidos na tela de 32 polegadas.

— O Neco colocou um telão para navegar na internet — provocava.

Passados 17 dias do conflito, Bolívar já sorri. Nos primeiros dias, fechou-se em casa e tratou de recolocar a vida em ordem. As críticas da torcida começaram na internet e explodiram dentro de sua casa. O filho Tales, 11 anos, conhecido por erguer com o pai as taças da Libertadores e do Gauchão, virou alvo na escola.
Em vídeo, confira a entrevista de Bolívar:

O filho sofre na escola
— Por participar de todas as minhas conquistas, é um garoto muito visado. Na situação que eu passava, ficou complicado na escola. Pegavam muito no pé dele — minimiza Bolívar.


A reação do pai
— Fui na direção da escola. Ele reclamava que os maiores mexiam com ele. O Tales é muito emotivo, ficou chateado. Comecei a levá-lo e a buscá-lo na aula. Tive que assumir a bronca, né? (risos). O respeito ficou maior e disse para ele: ‘Pode ir tranquilo para a escola que nada vai te acontecer’. Mas hoje os colegas já mandam cartinha por ele para mim. Claro que queria estar jogando, mas ao menos agora estou curtindo meus filhos (é pai também de Victória, três anos) — diz, já com o semblante mais leve.

Bolívar também precisou acalmar os pais. Bolívar pai é conhecido em Santa Cruz do Sul. Saía às ruas e ouvia o que não gostava. A mãe sofria calada, em casa. Para completar, o zagueiro também procurava entender a indignação da torcida que sempre o idolatrou. O estopim foi o jogo contra o Santos. O Inter vencia por 3 a 0 até os 31 minutos do segundo tempo. Em 10 minutos, levou três gols.


O empate com o Santos
— Tudo é questão de segundos. No gol de empate do Santos, o pessoal falou que falhei. Quando o Borges driblou o Nei dentro da área, e eu já estava com cartão amarelo, o Nei deu um biquinho na bola. Daí, meu pé passou dela. Ninguém viu isso. Disseram: ‘Ah, o Bolívar errou em bola — conta.

Bolívar revela que previu o tsunami. Na reza dos jogadores, minutos depois da partida, cobrou a postura do time e alertou a todos que o desastre seria debitado de sua conta.



Próximos jogos:18/09 - Inter x Coritiba
21/09 - Figueirense x Inter
25/09 - Inter x Atlético-MG



Bolívar revela que, após o 3 a 3 com o Santos, deu uma bronca no vestiário: depois, ao pedir licença do time, fechou-se em casa - Ricardo Duarte / Agencia RBS
Bolívar revela que, após o 3 a 3 com o Santos, deu uma bronca no vestiário: depois, ao pedir licença do time, fechou-se em casa

Nenhum comentário:

Postar um comentário