sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ataque com morteiros deixa mais de 200 civis mortos na Síria

Neste sábado, ONU vai votar projeto que condena repressão no país

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Ataque com morteiros deixa mais de 200 civis mortos na Síria Alessio Romenzi/AFP
Nesta sexta, milhares de sírios protestaram pelo 30º aniversário do massacre na cidade de HamaFoto: Alessio Romenzi / AFP
Pelo menos 217 civis morreram na noite desta sexta atingidos por disparos de morteiros no bairro de Al-Khalidiya de Homs, no centro da Síria, afirmou o opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH, com sede no Reino Unido).
— É um verdadeiro massacre — disse o diretor da OSDH, Rami Abderrahman, que pediu "a intervenção imediata" da Liga Árabe. 

Além disso, sempre segundo o OSDH, dois civis morreram na noite de sexta-feira em Rastan, na periferia de Damasco, e oito desertores morreram em diversos pontos da Síria.
As imagens dos canais de televisão árabes Al-Arabiya e Al-Jazira mostravam dezenas de corpos.  Nesta sexta-feira, milhares de sírios protestaram em todo o país, particularmente em Damasco, lembrando o 30º aniversário do massacre na cidade de Hama, onde forças do regime de Bashar al Assad dispararam para dispersar manifestantes.
Votação na ONU 
Os 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU se reunirão neste sábado em Nova York para votar um projeto de resolução que condena a repressão na Síria, informou um diplomata nesta sexta-feira.
— O mesmo texto será votado — disse o diplomata, em alusão ao que foi enviado às capitais na quinta-feira para consideração e que faz concessões à Rússia com a esperança de conseguir sua aprovação.
O projeto defende o apoio do Conselho de Segurança às decisões da Liga Árabe e não pede explicitamente que o governante Bashar al Assad deixe o poder, nem menciona um embargo de armas nem sequer sanções.
Depois de 10 meses de violência na Síria nos quais, segundo as Nações Unidas, mais de 5.400 pessoas morreram, a comunidade internacional não consegue se unir para colocar fim à repressão.
A Rússia, assim como a Índia, insistiram desde o começo das negociações que o Conselho não devia condicionar nenhum dos pontos de uma transição democrática na Síria exigindo a priori que Assad cedesse o poder. Até agora, a Rússia mostrou-se inflexível, e seu representante na ONU, Vitaly Churkin, inclusive ameaçou um veto russo caso o Conselho votasse um texto que considera "errôneo".

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