sexta-feira, 16 de março de 2012

Editorial critica políticos que tentam fazer a presidente refém de seus interesses. Você concorda com a crítica?


Zerohora.com adianta o editorial que os jornais da RBS publicarão no próximo domingo para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. Participações enviadas até as 18h de sexta-feira serão selecionados para publicação na edição impressa. Ao deixar seu comentário aqui no Blog do Editor, informe nome e cidade.
A BANCADA DO FISIOLOGISMO
Ao virarem a casaca da situação para a oposição na última quarta-feira, sete senadores do Partido da República (PR) não só jogaram no lixo a coerência política como também deixaram explícito, para toda a nação, que parcela expressiva do parlamento continua colocando interesses particulares e partidários acima da vontade dos seus representados. Pior: esta verdadeira Bancada do Fisiologismo, que reúne parlamentares de variados matizes ideológicos e de diferentes siglas partidárias, parece estar empreendendo uma luta sem tréguas para manter a presidente Dilma Rousseff refém de suas demandas.
Bastou a presidente mostrar uma certa independência em relação ao esquema fisiológico para que fosse deflagrada uma rebelião na base aliada. Primeiro, começaram a surgir murmúrios de descontentamento de integrantes do PMDB, o maior partido do país e fiel da balança no apoio ao governo no Congresso. Como o Planalto ignorou os sinais de insatisfação, os parlamentares governistas decidiram mandar um recado mais claro à presidente e rejeitaram a recondução de Bernardo Figueiredo à Agência Nacional de Transportes Terrestres, sem ao menos examinar méritos e deméritos do servidor indicado pela primeira mandatária.
O inesperado revés alarmou a cúpula governista, que reagiu de forma desconcertante. Inicialmente, tentou negociar com os rebeldes. Depois, resolveu afastar lideranças comprometidas com o fisiologismo, substituindo os líderes do governo no Senado e na Câmara. A resposta dos grupos que controlam o esquema de barganhas foi imediata, com a nomeação do senador destituído, Romero Jucá (PMDB-RR) para a relatoria da comissão mista do orçamento de 2013 _ cargo estratégico para os interesses do governo. Ao mesmo tempo, a permanente pressão de partidos da base aliada por cargos e pelo comando de ministérios levou a bancada do PR no Senado a saltar para a oposição.
O clima ficou tão ruim, que o governo viu-se obrigado a suspender temporariamente a votação de projetos importantes, como o Código Florestal e a Lei Geral da Copa, pelo medo de sofrer outras derrotas. A proximidade das eleições municipais também contribui para a tensão, devido às disputas paroquiais entre o PT e outros partidos da base governista.
Depois de promover uma reforma ética no ministério herdado de seu antecessor, que fora montado sob os auspícios do fisiologismo disfarçado de governabilidade, a presidente Dilma Rousseff enfrenta um novo obstáculo na sua aparente intenção de reduzir o loteamento da administração. Talvez falte ao seu governo jogo de cintura para negociar com partidos e políticos que barganham fatias do poder, mas esse jogo de braço tem duas torcidas bem identificadas: a dos cidadãos conformados com a indecorosa troca de favores que conspurca a democracia brasileira e a dos indignados, que sonham com um país comandado por governantes e representantes comprometidos com o bem comum.
Editorial critica políticos que tentam fazer a presidente refém de seus interesses. Você concorda com a crítica?

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