Cinco meses após incursão de Zero Hora pelo interior do RS, seca ainda mata o gado e liquida lavouras
Reportagem voltou às localidades visitadas em janeiro, quando os efeitos da estiagem que assola o Estado já se faziam sentir
O agricultor João Lazzaretti, de Constantina, projeta perder pelo menos a metade da safra de milho
No norte do Estado, a seca segue impondo perdas a João Lazzaretti, 59 anos, de Constantina. Em janeiro, quando recebeu a reportagem de ZH, ele olhava desolado para a lavoura de milho destroçada. Sonhava com a recuperação, mas a quebra atingiu 85% da área plantada.
No mês seguinte, Lazzaretti resolveu plantar milho novamente em 1,5 dos 13 hectares da propriedade. Mas a chuva não veio, mais uma vez. De longe, o verde das folhas engana. Basta enveredar para dentro do milharal para ser rodeado de espigas murchas e grão frágil. Lazzaretti perderá, no mínimo, 50% da nova safra.
— Essa seca é a mais comprida de todas, mas tenho que trabalhar e arriscar —conforta-se o produtor.
Em Capão do Cipó, na região central do Estado, outro drama. Cinco meses depois de o gado cair morto à beira do açude, em uma cena flagrada por ZH, o sol agora bate em duas carcaças. A imagem do terneiro que se rendeu à sede na propriedade de Paulo Gilmar Garcia do Nascimento, 48 anos, revela o rastro da crueldade que a seca infligiu ao produtor.
Depois que o bicho caiu desfalecido à beira da água, mais quatro tombaram, incluindo uma vaca de leite. Poucos dias após ZH passar, um bebedouro foi aberto pela prefeitura perto do açude. Foi salvador.
A única chuva expressiva nos 90 hectares de área veio em fevereiro. Sem pastagem nem água, os 75 animais restantes sobrevivem graças aos 12 mil quilos de aveia comprados nos últimos meses. Na quarta-feira, os 38 milímetros de chuva renovaram a esperança. Mas não fizeram os três hectares de milho plantados em fevereiro reagir.
— É triste demais. Nunca tinha perdido gado na vida — lamenta.
Com sistema de irrigação, mas sem água no açude
De oásis a retrato da desgraça. Essa é a melhor descrição para o açude construído para prevenir a seca na propriedade de Leonardo Lopes Tirloni, 24 anos, em Boa Vista das Missões, no Noroeste. A solução se esvaiu na falta de chuva. Hoje, a única prova dos inacreditáveis cinco metros de profundidade é um trampolim de madeira. Em janeiro, a água ainda costeava uma árvore de folhas verdes. Cinco meses depois, apenas 30 centímetros de profundidade refletem uma galhada ressequida e distante.
— Temos irrigação, mas falta água no açude. Não vou desistir — promete o jovem agricultor.
A partir de terça-feira, os 184 mil habitantes de Passo Fundo, no norte do Estado, terão o abastecimento de água racionado. A decisão foi tomada após as duas barragens de captação de água que abastecem a cidade atingirem níveis críticos.
No mês seguinte, Lazzaretti resolveu plantar milho novamente em 1,5 dos 13 hectares da propriedade. Mas a chuva não veio, mais uma vez. De longe, o verde das folhas engana. Basta enveredar para dentro do milharal para ser rodeado de espigas murchas e grão frágil. Lazzaretti perderá, no mínimo, 50% da nova safra.
— Essa seca é a mais comprida de todas, mas tenho que trabalhar e arriscar —conforta-se o produtor.
Em Capão do Cipó, na região central do Estado, outro drama. Cinco meses depois de o gado cair morto à beira do açude, em uma cena flagrada por ZH, o sol agora bate em duas carcaças. A imagem do terneiro que se rendeu à sede na propriedade de Paulo Gilmar Garcia do Nascimento, 48 anos, revela o rastro da crueldade que a seca infligiu ao produtor.
Depois que o bicho caiu desfalecido à beira da água, mais quatro tombaram, incluindo uma vaca de leite. Poucos dias após ZH passar, um bebedouro foi aberto pela prefeitura perto do açude. Foi salvador.
A única chuva expressiva nos 90 hectares de área veio em fevereiro. Sem pastagem nem água, os 75 animais restantes sobrevivem graças aos 12 mil quilos de aveia comprados nos últimos meses. Na quarta-feira, os 38 milímetros de chuva renovaram a esperança. Mas não fizeram os três hectares de milho plantados em fevereiro reagir.
— É triste demais. Nunca tinha perdido gado na vida — lamenta.
Com sistema de irrigação, mas sem água no açude
De oásis a retrato da desgraça. Essa é a melhor descrição para o açude construído para prevenir a seca na propriedade de Leonardo Lopes Tirloni, 24 anos, em Boa Vista das Missões, no Noroeste. A solução se esvaiu na falta de chuva. Hoje, a única prova dos inacreditáveis cinco metros de profundidade é um trampolim de madeira. Em janeiro, a água ainda costeava uma árvore de folhas verdes. Cinco meses depois, apenas 30 centímetros de profundidade refletem uma galhada ressequida e distante.
— Temos irrigação, mas falta água no açude. Não vou desistir — promete o jovem agricultor.
A partir de terça-feira, os 184 mil habitantes de Passo Fundo, no norte do Estado, terão o abastecimento de água racionado. A decisão foi tomada após as duas barragens de captação de água que abastecem a cidade atingirem níveis críticos.
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