Países do G-20 tentam firmar pacto de crescimento
Especialistas apontam falta de liderança e necessidade de aproximar ideias de solução dos Estados Unidos e da Alemanha
Com os países ricos em dificuldades financeiras e as nações emergentes sem agenda conjunta de desenvolvimento, líderes tentam formar um pacto pelo crescimento.
A busca por uma solução à crise econômica pode passar pela aproximação de duas ideias antagônicas trazidas por Estados Unidos e Alemanha à reunião do G-20, iniciada nesta segunda-feira no balneário mexicano de Los Cabos.
Emergindo da crise que derrubou a economia a partir de 2008, os EUA propõem estimular o consumo e o investimento de países como Espanha, Itália e Grécia, enquanto a Alemanha, economia mais forte da zona do euro, exige desse grupo a contenção de gastos e austeridade fiscal para ajudar a recuperação dos bancos. Para especialistas, é necessário encontrar um ponto em comum. Segunda-feira à noite, pelo projeto de resolução da declaração, o G-20 "se compromete a adotar as medidas necessárias para reforçar o crescimento mundial e restaurar a confiança".
— As posições divergentes mostram que há grande dificuldade em encontrar o remédio e a dose certa para a crise mundial. Será preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre as concepções — afirma Marcílio Marques Moreira, ex-ministro da Fazenda e sócio-gerente da Consultoria Contexto e Conjuntura.
A falta de uma liderança é um entrave a essa empreitada, alerta Marcílio. A perda de força e o capital limitado de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que passam também pela indefinição entre os países quanto à capitalização de US$ 430 bilhões do Fundo, somam-se à perda de representatividade dos Estados Unidos nas discussões do G-20.
— As instituições internacionais se tornaram pequenas diante dos desafios — diz Antônio Correa de Lacerda, professor de Economia da PUC São Paulo.
Medidas mais amplas, como união fiscal entre os países, regulamentação conjunta do sistema financeiro e fortalecimento de bancos regionais são o primeiro passo para amenizar os efeitos da crise, avalia Lia Valls Pereira, especialista em economia internacional da Fundação Getulio Vargas no Rio. Lia explica que os mais ricos terão de pagar mais caro para ajudar os países de economia mais frágil:
— Terá de haver ajuda e não apenas de liquidez aos bancos, mas também na busca por medidas estruturais.
Presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf afirma que o Brasil é afetado pela crise internacional e ainda por dificuldades internas, que precisam ser enfrentadas com corte de impostos e investimento em infraestrutura.
— Se não fizer as reformas necessárias, não vai conseguir acelerar seu crescimento — alerta Skaf.
Mapa de problemasOs países em crise mais aguda e a origem dos modelos para superar a turbulência:
Grécia: país ainda precisa formar governo de coalizão e terá pela frente a tarefa de renegociar termos e prazos do programa de resgate.
Espanha: mercados levaram os juros dos títulos da dívida espanhóis a um novo recorde da era do euro.
Itália: também viu seus juros subirem na sequência das eleições e pressiona o Banco Central Europeu para que aja em defesa do euro.
Alemanha: deu sinais de que vai aliviar pressão sobre a Grécia. No próximo dia 29, parlamento votará o fundo permanente de resgate europeu e o pacto fiscal.
Estados Unidos: com o país também enfrentando problemas para retomar o crescimento, o presidente Barack Obama depende de sinais mais claros de recuperação para vencer a eleição de novembro, e da Europa para atingir o seu objetivo.
A busca por uma solução à crise econômica pode passar pela aproximação de duas ideias antagônicas trazidas por Estados Unidos e Alemanha à reunião do G-20, iniciada nesta segunda-feira no balneário mexicano de Los Cabos.
Emergindo da crise que derrubou a economia a partir de 2008, os EUA propõem estimular o consumo e o investimento de países como Espanha, Itália e Grécia, enquanto a Alemanha, economia mais forte da zona do euro, exige desse grupo a contenção de gastos e austeridade fiscal para ajudar a recuperação dos bancos. Para especialistas, é necessário encontrar um ponto em comum. Segunda-feira à noite, pelo projeto de resolução da declaração, o G-20 "se compromete a adotar as medidas necessárias para reforçar o crescimento mundial e restaurar a confiança".
— As posições divergentes mostram que há grande dificuldade em encontrar o remédio e a dose certa para a crise mundial. Será preciso encontrar um ponto de equilíbrio entre as concepções — afirma Marcílio Marques Moreira, ex-ministro da Fazenda e sócio-gerente da Consultoria Contexto e Conjuntura.
A falta de uma liderança é um entrave a essa empreitada, alerta Marcílio. A perda de força e o capital limitado de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que passam também pela indefinição entre os países quanto à capitalização de US$ 430 bilhões do Fundo, somam-se à perda de representatividade dos Estados Unidos nas discussões do G-20.
— As instituições internacionais se tornaram pequenas diante dos desafios — diz Antônio Correa de Lacerda, professor de Economia da PUC São Paulo.
Medidas mais amplas, como união fiscal entre os países, regulamentação conjunta do sistema financeiro e fortalecimento de bancos regionais são o primeiro passo para amenizar os efeitos da crise, avalia Lia Valls Pereira, especialista em economia internacional da Fundação Getulio Vargas no Rio. Lia explica que os mais ricos terão de pagar mais caro para ajudar os países de economia mais frágil:
— Terá de haver ajuda e não apenas de liquidez aos bancos, mas também na busca por medidas estruturais.
Presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, Paulo Skaf afirma que o Brasil é afetado pela crise internacional e ainda por dificuldades internas, que precisam ser enfrentadas com corte de impostos e investimento em infraestrutura.
— Se não fizer as reformas necessárias, não vai conseguir acelerar seu crescimento — alerta Skaf.
Mapa de problemasOs países em crise mais aguda e a origem dos modelos para superar a turbulência:
Grécia: país ainda precisa formar governo de coalizão e terá pela frente a tarefa de renegociar termos e prazos do programa de resgate.
Espanha: mercados levaram os juros dos títulos da dívida espanhóis a um novo recorde da era do euro.
Itália: também viu seus juros subirem na sequência das eleições e pressiona o Banco Central Europeu para que aja em defesa do euro.
Alemanha: deu sinais de que vai aliviar pressão sobre a Grécia. No próximo dia 29, parlamento votará o fundo permanente de resgate europeu e o pacto fiscal.
Estados Unidos: com o país também enfrentando problemas para retomar o crescimento, o presidente Barack Obama depende de sinais mais claros de recuperação para vencer a eleição de novembro, e da Europa para atingir o seu objetivo.
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