UFRGS apresenta crescimento nos últimos 10 anos
Orçamento da universidade mais do que dobrou neste período e obras de grande porte surgem no solo dos campi
Na UFRGS, perédios antigos contrastam com novas
obras
No final do mês que vem, o auditório do Instituto de Artes da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) oferecerá uma montagem da ópera Dido e
Enéas, do britânico Henry Purcell, preparada por alunos e professores. Poucos
anos atrás, bancar uma produção com essa dimensão era um luxo distante para uma
universidade que penava até para pagar as contas de água e luz.
— Antes, se eu pedisse dinheiro para montar uma ópera, ririam na minha cara. Era impensável. Hoje, podemos realizar uma montagem com tudo a que se tem direito — compara o diretor do instituto, Alfredo Nicolaiewsky.
Dido e Enéas é fruto de uma revolução ocorrida ao longo da última década nas universidades federais em geral e na UFRGS em particular. Há exatos 10 anos, o quadro era tenebroso. Vivia-se um período prolongado de sucateamento e abandono. Uma série de reportagens publicadas em 2002 por ZH fazia o retrato dessa realidade: professores se aposentando em massa, prédios em condições precárias, qualidade de ensino a perigo e falta generalizada de dinheiro.
A mudança começou depois da estabilização econômica, na presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, e ganhou impulso em 2007, com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que irrigou orçamentos.
A transformação que esse processo provocou na UFRGS impressiona. O orçamento mais do que dobrou. Os professores com doutorado, que eram menos da metade, agora representam 78% do quadro. Foram criadas 1,1 mil novas vagas por ano no vestibular, e o número de cursos de graduação passou de 59 para 89. Veem-se hoje obras portentosas erguendo-se do solo dos campi, caso de um hospital odontológico com investimento inicial de R$ 10,5 milhões.
— Crescemos e ganhamos relevância internacional — comemora o ex-reitor José Carlos Hennemann.
A transformação significa que o próximo reitor da UFRGS, que será escolhido dentro de um mês entre o atual ocupante do cargo, Carlos Alexandre Netto, e o professor Jairton Dupont, encontrará condições melhores que as de seus antecessores. Mas terá também de oferecer respostas para desafios não-resolvidos. Professores reclamam que muitos prédios seguem em situação precária e que a infraestrutura não acompanha o ritmo de expansão de cursos e vagas.
— Com o dinheiro que tem hoje, a universidade poderia fazer mais. Ela está ausente da sociedade, tem instâncias muito burocráticas e precisa de uma estratégia em seu crescimento — avalia a ex-reitora Wrana Panizzi.
O Instituto de Artes, que se mobiliza para montar Dido e Enéas, oferece um retrato das pendências que persistem em meio aos avanços. Na reportagem publicada em 2002, a unidade figurava como um símbolo do sucateamento. O maior problema era sua sede, um edifício apertado e em más condições.
— Havia falta de tudo na época. Chegamos a fazer um leilão de obras dos professores para poder comprar um computador — exemplifica Nicolaiewsky.
Depois disso, o dinheiro começou a entrar. Na biblioteca, que passou anos sem ser atualizada, o problema hoje é a falta de lugar onde colocar tanto livro. Os alunos de música treinam nos melhores pianos de concerto. Mas o principal problema persiste: o prédio apertado. Como em 2002, o instituto segue à espera de ocupar parte do edifício do Instituto de Ciências Básicas da Saúde.
— Antes, se eu pedisse dinheiro para montar uma ópera, ririam na minha cara. Era impensável. Hoje, podemos realizar uma montagem com tudo a que se tem direito — compara o diretor do instituto, Alfredo Nicolaiewsky.
Dido e Enéas é fruto de uma revolução ocorrida ao longo da última década nas universidades federais em geral e na UFRGS em particular. Há exatos 10 anos, o quadro era tenebroso. Vivia-se um período prolongado de sucateamento e abandono. Uma série de reportagens publicadas em 2002 por ZH fazia o retrato dessa realidade: professores se aposentando em massa, prédios em condições precárias, qualidade de ensino a perigo e falta generalizada de dinheiro.
A mudança começou depois da estabilização econômica, na presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, e ganhou impulso em 2007, com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que irrigou orçamentos.
A transformação que esse processo provocou na UFRGS impressiona. O orçamento mais do que dobrou. Os professores com doutorado, que eram menos da metade, agora representam 78% do quadro. Foram criadas 1,1 mil novas vagas por ano no vestibular, e o número de cursos de graduação passou de 59 para 89. Veem-se hoje obras portentosas erguendo-se do solo dos campi, caso de um hospital odontológico com investimento inicial de R$ 10,5 milhões.
— Crescemos e ganhamos relevância internacional — comemora o ex-reitor José Carlos Hennemann.
A transformação significa que o próximo reitor da UFRGS, que será escolhido dentro de um mês entre o atual ocupante do cargo, Carlos Alexandre Netto, e o professor Jairton Dupont, encontrará condições melhores que as de seus antecessores. Mas terá também de oferecer respostas para desafios não-resolvidos. Professores reclamam que muitos prédios seguem em situação precária e que a infraestrutura não acompanha o ritmo de expansão de cursos e vagas.
— Com o dinheiro que tem hoje, a universidade poderia fazer mais. Ela está ausente da sociedade, tem instâncias muito burocráticas e precisa de uma estratégia em seu crescimento — avalia a ex-reitora Wrana Panizzi.
O Instituto de Artes, que se mobiliza para montar Dido e Enéas, oferece um retrato das pendências que persistem em meio aos avanços. Na reportagem publicada em 2002, a unidade figurava como um símbolo do sucateamento. O maior problema era sua sede, um edifício apertado e em más condições.
— Havia falta de tudo na época. Chegamos a fazer um leilão de obras dos professores para poder comprar um computador — exemplifica Nicolaiewsky.
Depois disso, o dinheiro começou a entrar. Na biblioteca, que passou anos sem ser atualizada, o problema hoje é a falta de lugar onde colocar tanto livro. Os alunos de música treinam nos melhores pianos de concerto. Mas o principal problema persiste: o prédio apertado. Como em 2002, o instituto segue à espera de ocupar parte do edifício do Instituto de Ciências Básicas da Saúde.
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