terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Em depoimento, amiga afirma que Eloá sabia que iria morrer

Testemunho de Nayara Rodrigues da Silva, 18 anos, marcou o primeiro dia do julgamento de Lindemberg Alves Fernandes

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O primeiro dia do julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, 25 anos, acusado de matar Eloá Pimentel, 15 anos, e mantê-la refém com outros três amigos em outubro de 2008, em Santo André (ABC), foi marcado pelo depoimento da principal testemunha e amiga da vítima, Nayara Rodrigues da Silva, 18 anos.

A jovem afirmou que não viu o disparo que a acertou na mão e no rosto, nem os dois que atingiram a amiga na virilha e na cabeça, levando-a à morte. O depoimento deve ser usado pela defesa para tentar causar dúvidas sobre a autoria do crime.

A jovem, no entanto, contou que os tiros foram efetuados antes da entrada na polícia no apartamento, mas após a explosão da porta feita para os policiais entrarem no local. Ela disse ainda que Eloá relatava que tinha certeza que ia morrer.

A advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, também tentou mostrar que o cárcere privado não foi opressivo. Em um dos momentos, ela usou a palavra "estadia" para se referir ao período, o que irritou a acusação. Para tentar provar que o clima dentro do apartamento era mais ameno, ela questionou Nayara se, durante o cárcere, ela teria abraçado Lindemberg. A garota confirmou que sim.

Nayara também afirmou que eles assistiam à TV e ouviam música. A advogada teria sugerido que eles, inclusive, cozinharam um pavê, mas Nayara disse que não se lembrava. Além de Nayara, foram ouvidos os reféns, Iago Vilera de Oliveira e Victor Lopes de Campos.

A defesa explorou a tese de que a imprensa foi corresponsável pelo crime porque, ao dar notoriedade ao caso, teria prolongado o tempo de cárcere. Para isso, mostrou vídeos de entrevistas. Algumas cenas mostravam especialistas de segurança questionando a atuação policial. A defesa pediu para trocar duas testemunhas.

No lugar, colocou a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, e seu irmão mais novo, Everton Pimentel. Com isso, evitaria choro na plateia, o que poderia influenciar os jurados — dos sete jurados, só uma é mulher. Especula-se que eles sejam dispensados sem serem ouvidos. Questionada, Ana Lúcia negou ter feito isso propositalmente. O julgamento será retomado na manhã desta terça-feira.

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