Governo garante ajuda imediata do Exército para Estados com polícia em greve
Mais de 20 mil soldados estariam mobilizados para garantir ordem pública em caso de paralização geral
O governo federal tem planos de contingência, com mais de 20 mil homens de prontidão, para mandar ajuda a qualquer Estado que recorra à União para garantir a lei e a ordem pública devido à onda de greves de policiais militares que ameaça se expandir pelo País. A cargo dos Ministérios da Defesa e da Justiça, os planos incluem efetivos das Forças Armadas, Polícia Federal e Força Nacional de Segurança Pública, que tem uma reserva de 10 mil policiais de elite recrutados para pronto emprego. "Se necessário, temos condições de mandar tropas não só ao Rio de Janeiro - onde as polícias militar e civil entraram em greve nesta sexta -, mas para qualquer Estado que necessite de reforço", informou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Cerca de 4 mil homens estão na Bahia, primeiro Estado atingido pela onda de greves planejada por policiais na tentativa de forçar o Congresso a aprovar a PEC 300, proposta de emenda constitucional que cria o piso nacional da categoria. Cardozo avaliou que, por enquanto, não há necessidade de mandar reforços ao Rio, onde a situação seu ver "é muito tranquila" e o governador Sérgio Cabral não viu necessidade de pedir ajuda. Ele garantiu que todas as medidas foram adotadas para assegurar a tranquilidade de foliões e turistas durante o período carnavalesco. "Não tenho a menor dúvida de que o carnaval transcorrerá em absoluta normalidade na Bahia, no Rio e em todos os Estados". O palácio do Planalto avalia que o tratamento de choque dado aos grevistas na Bahia, numa articulação federal com o governo Jaques Wagner (PT), serviu de alerta aos demais Estados onde associações de cabos e praças militares armaram uma onda de paralisações e motins. "Estamos acompanhando com evidente preocupação a movimentação, mas acreditamos que a reação firme do governo contra atos criminosos e de vandalismo ocorridos na Bahia, fez reduzir o ímpeto nos demais Estados", salientou Cardozo. Além de endurecer na negociação salarial, o governo pediu a prisão dos cabeças do movimento e fechou questão em não conceder anistia aos que cometeram excessos. "A posição do governo é clara: somos contrários à qualquer forma de anistia, não é possível que pessoas que tenham praticado crimes, situações de vandalismo, sejam simplesmente ignoradas", observou o ministro. A seu ver, no Rio, "é visível o enfraquecimento do movimento e também o amadurecimento dos policiais, que optaram por ações não violentas". Os serviços de inteligência do governo, que incluem a Abin e a PF, monitoram há meses a movimentação dos policiais em todos os Estados e detectaram que, além da Bahia e Rio, havia mobilização forte em outras dez unidades da Federação. Em seis, o quadro é mais preocupante (Espírito Santo, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas e Goiás). Nos outros quatro, o risco de motim é menor, mas não totalmente descartado (Mato Grosso, Roraima, Tocantins e Distrito Federal). |
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