quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Podas de árvores causa divergência entre especialistas e ambientalistas na Capital

Especialistas defendem proteção da rede elétrica e ambientalistas criticam mutilação da vegetação

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Podas de árvores causa divergência entre especialistas e ambientalistas na Capital Arivaldo Chaves/Agencia RBS
Fiação entre árvores virou preocupação nas vias de Porto AlegreFoto: Arivaldo Chaves / Agencia RBS
As mesmas árvores que embelezam as ruas e avenidas da Capital são alvo de preocupação, sobretudo em dias de temporal. 

Próximas ou enredadas em fios elétricos, elas são responsáveis por cerca de 20% das reclamações à Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), que podou mais de 40 mil árvores em 2011. Porém, há quem reclame que o corte provoca a mutilação da vegetação, causando danos à paisagem urbana.

Desde 2007, por meio de um convênio com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam), a CEEE é encarregada do serviço de poda em árvores localizadas em áreas de risco. Além das reclamações do consumidor, técnicos fazem uma inspeção permanente para identificar situações de vulnerabilidade.

— Na década de 70, fazíamos uma grande operação de poda no inverno, que acabou sendo vetada. Hoje, há técnicas muito mais modernas. E a poda não é definitiva: é possível corrigir — afirma o engenheiro agrônomo Luiz Antônio Piccoli, um dos autores do Plano Diretor de Arborização de Porto Alegre.

Anualmente, são gastos cerca de R$ 2 milhões somente com a poda — sem contar o valor destinado à reposição de materiais para o restabelecimento. Cálculos da CEEE apontam para uma perda de faturamento de mais de R$ 2 milhões devido ao corte de fornecimento de energia, principalmente após as tempestades, comuns no verão.

— Em dias de chuva e vento fortes, nossa demanda explode. Por isso, estamos aumentando as equipes responsáveis pelas podas a partir deste ano — afirma Valmir Gonçalves Lisboa, chefe do Departamento de Manutenção da Distribuição da CEEE, que pretende aumentar a poda preventiva anual para 50 mil árvores em 2012, até atingir o “ideal” de 90 mil árvores por ano.

Para Piccoli, a tendência é a conciliação da arborização urbana com manutenção da rede elétrica, num caminho que exige uma série de investimentos.

— Hoje, há tecnologias mais seguras, modernas e sustentáveis, como os cabos ecológicos e subterrâneos — afirma o engenheiro.

Na Capital, há diferentes pontos onde há galhos e troncos atingindo fios e cabos de alta-tensão.

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