segunda-feira, 12 de março de 2012

Agricultores gaúchos temem redução da safra devido ao calor


Temperatura elevada faz cair produtividade nas lavouras cultivadas mais tarde no Estado


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Além da chuva insuficiente, um novo problema colocou os agricultores gaúchos em alerta nos últimos dias.

Enquanto o Estado começa a colher a safra de soja, o calor é uma ameaça que pode reduzir ainda mais a produtividade das lavouras que estão em fase de enchimento de grãos e floração.

É o caso do agrônomo Paulo Roberto Vargas, produtor em Carazinho. Ele escalonou o plantio em três etapas e, na área que plantou mais cedo, já colheu metade do que calculava em virtude da seca que assola o Rio Grande do Sul desde novembro. Esperava obter um melhor rendimento nas lavouras cultivadas mais tarde, mas agora tem dúvidas.

— Com esse calor, já não sei. É preciso colocar a colheitadeira para trabalhar para saber — diz Vargas, que também espera novas chuvas nos próximos 15 dias para evitar perdas maiores nas lavouras.

Colheita da soja deve chegar a 7,1 milhões de toneladas

O gerente técnico da Emater, Dulphe Pinheiro Machado Neto, lembra que, embora exista a expectativa de que as lavouras plantadas mais tarde superem a produtividade das cultivadas no cedo, as altas temperaturas aceleram a evaporação da umidade do solo e castigam as plantas.

— O milho plantado no tarde também está sofrendo bastante — acrescenta Dulphe.

O mais recente levantamento da Emater, divulgado semana passada, indica que o Estado deve colher 7,1 milhões de toneladas de soja, ante uma expectativa inicial de 10,3 milhões de toneladas.

Em algumas regiões, no entanto, o quadro é mais grave. Na regional da Emater de Santa Rosa, por exemplo, a redução na produtividade chega a 64%. Cerca de 5% da área já está colhida.

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