Candidatos registram queixa na PF
e pedem anulação de prova do Senado
Eles dizem que não foi verificado se objetos eletrônicos eram guardados.
Problemas em cadernos de provas anularam exames para três cargos.
Candidatos ao cargo de polícia legislativa mostram
boletim de ocorrência registrado na Polícia Federal
Três candidatos ao cargo de polícia legislativa oferecido no concurso do Senado registraram boletim de ocorrência na Polícia Federal nesta segunda-feira (12) relatando fiscalização inadequada duante o exame. Eles afirmam que nos locais onde fizeram prova não foi verificado se os concurseiros guardavam os objetos eletrônicos e que detectores de metal não funcionavam. Os testes foram aplicados neste domingo.boletim de ocorrência registrado na Polícia Federal
O grupo pede a suspensão do concurso. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), contratada para elaborar e aplicar os exames, disse que não há possibilidades de anulação dos exames. A inscrição para a prova custou R$ 180.
Em Brasília desde 29 de dezembro para se preparar para o concurso, o servidor da Justiça do Rio Grande do Sul Felipe de Castilhos se diz frustrado. Ele pediu licença do trabalho e estava na cidade para assistir aulas em um cursinho de domingo a domingo. O investimento foi de cerca de R$ 2 mil. Ele fez a prova no UniCeub.
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"Quando a gente entrou, em vez de pedir que entregássemos tudo de eletrônico para lacrar, deram o saquinho e disseram: 'toma aí e lacra'. Eu rasguei o meu em sala para desmontar meu celular, porque ele desperta mesmo desligado. Pedi outro saco e ficou tudo bem. Vi gente desligando o aparelho só dentro da sala mesmo", conta.- Sarney diz que FGV é única responsável por concurso do Senado
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Colega de cursinho de Castilhos, Janaína Alves afirma ter o mesmo sentimento. Segundo ela, que fez prova no UniCeub, a delegada da PF que registrou a ocorrência disse que outros candidatos estiveram no local para fazer a mesma reclamação. A estudante se mudou para Brasília há um ano e três meses para se preparar para a prova.
"Quando fui ao banheiro, nenhuma fiscal entrou comigo, ficaram as quatro de fora. E a que passou o detector de metais riu e brincou, falou que tinha certeza que não estava funcionando, que já tinha passado em mais de 100 pessoas e não apitou nenhuma vez. Eu já estava preparada para tirar colar, pulseira e o sapato por causa da fivela de metal. Mas nada", disse.
Os candidatos disseram ainda que outro colega levou um relógio que apitava de hora em hora. De acordo com os estudantes, os fiscais também não teriam feito nenhum alerta nem recolhido o aparelho. Eles afirmam que, caso a prova não seja anulada até a noite desta segunda, buscarão a ajuda do Ministério Público do DF.
"Uma coisa é concorrer com quem estava estudando. Outra é com quem pode ter ido ao banheiro e consultado a internet para resolver facilmente várias questões", disse Janaína.
Nova prova
Três categorias do cargo de analista legislativo, áreas de informática - nas subáreas de análise de sistemas (8 vagas) e análise de suporte (3 vagas) - e área de saúde e assistência social, na especialidade enfermagem (6 vagas), tiveram o exame cancelado neste domingo por erros detectados nos cadernos de prova.
Segundo a FGV, apesar de o problema ter sido detectado apenas em Taguatinga (DF), a prova será reaplicada nos 26 estados e DF. No total, 10.447 pessoas terão que fazer o novo exame. O salário para esses cargos é de R$ 18,4 mil.
No total, o concurso do Senado oferece 246 vagas - 157.939 candidatos se inscreveram, dos quais 63.194 para as diferentes funções do cargo de analista legislativo.
Nesta segunda, o presidente do Senado, José Sarney, afirmou que a responsabilidade pela anulação é exclusivamente da fundação. Ele informou que o Senado pediu à FGV explicações detalhadas sobre as falhas e pediu rapidez na reaplicação das provas.
"A Fundação Getúlio Vargas é responsável por todo o concurso, então saiu uma nota pedindo justamente que ela nos informe de tudo o que aconteceu e a responsabilidade é dela", afirmou
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