segunda-feira, 12 de março de 2012

Pesquisa da USP mostra que abelhas

 podem indicar qualidade do ar

Pólen da pata do inseto revela metais pesados que caracterizam poluição.
Estudo foi realizado por bióloga do campus de Piracicaba da universidade.


Abelhas do Laboratório de Insetos Úteis da Esalq (Foto: Divulgação/ Esalq)Abelhas do Laboratório de Insetos Úteis da Esalq
 
Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba, no interior paulista, mostra que as abelhas podem ajudar a descobrir se um ambiente está ou não poluído. A análise é feita, segundo a pesquisa, a partir da análise do pólen das flores, que se fixa nas patas do inseto.
“Se extrairmos esse material das patas da abelha, conseguimos saber a espécie da árvore por onde ela passou e, consequentemente, a região onde ela esteve. Também pela análise do pólen, podemos medir a qualidade do ar. Então, associamos estas duas informações”, explica a bióloga Talita Antonio Silveira, autora da pesquisa realizada pelo campus da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq). As amostras foram coletadas entre o inverno de 2010 e o outono de 2011, segundo Talita.
Método
Para viabilizar o estudo, foi instalada na entrada do apiário da universidade uma portinhola posicionada sobre um recipiente, que fazia com que cada abelha que entrasse na colmeia deixasse o pólen depositado ali.
Em seguida, a bióloga levava este material para laboratório e analisava a quantidade de metais pesados encontrados na substância. “Por meio desses metais conseguimos saber a qualidade de do ar de um ambiente. Por exemplo: se encontrarmos uma grande quantidade de chumbo, sabemos que existe queima de combustível na região, já que é este o tipo de metal liberado neste processo”, explica Talita.
Segundo a bióloga, a escolha da abelha para ser esse transmissor do pólen é por este animal ter um raio de atuação maior do que o dos outros insetos, facilitando a identificação de vários ambientes diferentes. "As abelhas utilizam vegetação de diversos tipos presentes no meio ambiente; aproveitam as plantas como fonte de coleta de pólen para manutenção de suas colônias; e acrescentam à sua dieta o pólen de outras plantas arbóreas, arbustivas e herbáceas", conta a pesquisadora.

Bióloga Talita Antonio Silveira, autora da pesquisa (Foto: Nikolas Capp/ G1)Bióloga Talita Antonio Silveira, autora da pesquisa

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