Seleções públicas movimentam mercado de R$ 50 bilhões
Cerca de 700 mil gaúchos devem fazer 2 milhões de inscrições para concorrer às vagas
Douglas Soares, do Cetec, destaca uso das redes sociais
Neste ano, 700 mil gaúchos devem fazer 2 milhões de inscrições para concorrer a até 50 mil vagas em concursos públicos. Esse batalhão deverá movimentar R$ 50 milhões, entre taxas de inscrição, cursos de preparação e material didático, calcula a Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac).
A cifra atiça a iniciativa privada. Cursos preparatórios, livrarias, gráficas e outros prestadores de serviços afinam suas estratégias para fisgar os concurseiros. Contratação de professores gabaritados, ampliação das estruturas para aula, investimento em marketing e abertura de filiais no interior são algumas armas no arsenal das empresas para avançar nesse campo de batalha.
— Ser concurseiro virou profissão, e há um mercado em ascensão para atendê-lo — intetiza Tiago Engracio, gerente da Livraria da Banca das Apostilas, instalada no Centro de Porto Alegre.
Companhias que atendem aos candidatos pretendem crescer entre 20% e 40% neste ano, devido à oferta generosa de vagas no setor público em 2012. Os cursos preparatórios, que faturam alto com o movimento, evitam divulgar seus lucros. Mas a quantidade de alunos mostra a força do negócio.
No Cetec Porto Alegre serão atendidos 15 mil alunos neste ano, entre aulas presenciais e ensino à distância. Pelo IDC, especializado em preparação para concursos para o Judiciário, passarão de 12 a 15 mil estudantes. No Centro Preparatório para Concursos (CPC), serão atendidas 8 mil pessoas.
— Com a popularização da internet e do EAD, as possibilidade de se preparar para concursos públicos cresceu muito, fazendo o mercado se organizar para atender a este movimento — afirma Genaro Galli, diretor de Pós-Graduação e Extensão da ESPM Sul.
Disputa por vagas em órgãos governamentais alimenta expansão de cursos, livrarias e gráficas. Há dois anos, os três sócios-diretores do Cetec Porto Alegre, um dos principais cursos preparatórios para concursos do Rio Grande do Sul, reuniram-se a portas fechadas para discutir formas de oferecer algo a mais aos clientes.
Em um mercado com cada vez mais competidores, era preciso subir de patamar. A decisão foi investir em recursos humanos. Professores conhecidos entre os concurseiros pela autoria de livros didáticos ou badaladas aulas preparatórias em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo passaram a ser contratados a preço de ouro. Além de servir de chamariz a novos estudantes, a manobra elevou o número de aprovações em 30%.
— Aumentamos o investimento, mas as contas fecharam pelo aumento da demanda — afirma Fabiano Marques, sócio-diretor do Cetec.
Há poucas quadras do Cetec, um competidor de peso contra-atacava. O CPC fechava franquias no Interior para transmitir suas aulas via satélite para 18 cidades. Com isso, além de eliminar gastos elevados com deslocamento de professores, a empresa anunciava um diferencial relevante em tempos de ensino à distância: aulas em tempo real, com interação com professores gabaritados.
— Hoje, 30% dos nossos alunos assistem às nossas aulas em tempo real longe da nossa sede — afirma Douglas Soares, diretor do CPC.
A disputa ilustra a corrida dos cursos para se tornarem mais competitivos em um mercado em ebulição. Em Porto Alegre, pelo menos 12 instituições de grande porte oferecem treinamento aos concurseiros, concorrendo com instituições com décadas de história e uma infinidade de cursinhos que surgem no rastro de editais para concursos de grande popularidade, como Receita Federal, Senado e carreiras do Judiciário.
O movimento se propaga pelo Interior: pipocam novos cursos e livrarias especializadas em concursos públicos em cidades como Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Rio Grande. É em Porto Alegre, no entanto, que surgem os primeiros gigantes desse mercado.
As estruturas do Cetec já ocupam os seis andares em um prédio da avenida Salgado Filho que pertenciam ao Mauá, que foi um dos principais cursos pré-vestibulares da Capital nos anos 90. Oito salas são ocupadas nos três turnos e, até o final do ano, mais duas serão abertas, cada uma com capacidade de atender até 200 estudantes.
O crescimento também está na internet: o Cetec criou perfis no Twitter e no Facebook, onde lança dicas e mantém contato com concurseiros.
— Queremos estar onde estão os alunos, acompanhando o que conversam e entendendo o que procuram — afirma Marques.
A fachada do CPC é uma das que mais chamam a atenção na Avenida Farrapos, comparável, em dimensão, à entrada da sede da Gerdau, maior empresa gaúcha em faturamento, situada na mesma via. Nos espaçosos pavilhões do prédio, há lanchonete, espaço para acesso à internet, estúdio de transmissão de aulas e salas de aula com extensão a perder de vista. O ingresso de estudantes é feito por catraca com leitura de digitais.
A cifra atiça a iniciativa privada. Cursos preparatórios, livrarias, gráficas e outros prestadores de serviços afinam suas estratégias para fisgar os concurseiros. Contratação de professores gabaritados, ampliação das estruturas para aula, investimento em marketing e abertura de filiais no interior são algumas armas no arsenal das empresas para avançar nesse campo de batalha.
— Ser concurseiro virou profissão, e há um mercado em ascensão para atendê-lo — intetiza Tiago Engracio, gerente da Livraria da Banca das Apostilas, instalada no Centro de Porto Alegre.
Companhias que atendem aos candidatos pretendem crescer entre 20% e 40% neste ano, devido à oferta generosa de vagas no setor público em 2012. Os cursos preparatórios, que faturam alto com o movimento, evitam divulgar seus lucros. Mas a quantidade de alunos mostra a força do negócio.
No Cetec Porto Alegre serão atendidos 15 mil alunos neste ano, entre aulas presenciais e ensino à distância. Pelo IDC, especializado em preparação para concursos para o Judiciário, passarão de 12 a 15 mil estudantes. No Centro Preparatório para Concursos (CPC), serão atendidas 8 mil pessoas.
— Com a popularização da internet e do EAD, as possibilidade de se preparar para concursos públicos cresceu muito, fazendo o mercado se organizar para atender a este movimento — afirma Genaro Galli, diretor de Pós-Graduação e Extensão da ESPM Sul.
Disputa por vagas em órgãos governamentais alimenta expansão de cursos, livrarias e gráficas. Há dois anos, os três sócios-diretores do Cetec Porto Alegre, um dos principais cursos preparatórios para concursos do Rio Grande do Sul, reuniram-se a portas fechadas para discutir formas de oferecer algo a mais aos clientes.
Em um mercado com cada vez mais competidores, era preciso subir de patamar. A decisão foi investir em recursos humanos. Professores conhecidos entre os concurseiros pela autoria de livros didáticos ou badaladas aulas preparatórias em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo passaram a ser contratados a preço de ouro. Além de servir de chamariz a novos estudantes, a manobra elevou o número de aprovações em 30%.
— Aumentamos o investimento, mas as contas fecharam pelo aumento da demanda — afirma Fabiano Marques, sócio-diretor do Cetec.
Há poucas quadras do Cetec, um competidor de peso contra-atacava. O CPC fechava franquias no Interior para transmitir suas aulas via satélite para 18 cidades. Com isso, além de eliminar gastos elevados com deslocamento de professores, a empresa anunciava um diferencial relevante em tempos de ensino à distância: aulas em tempo real, com interação com professores gabaritados.
— Hoje, 30% dos nossos alunos assistem às nossas aulas em tempo real longe da nossa sede — afirma Douglas Soares, diretor do CPC.
A disputa ilustra a corrida dos cursos para se tornarem mais competitivos em um mercado em ebulição. Em Porto Alegre, pelo menos 12 instituições de grande porte oferecem treinamento aos concurseiros, concorrendo com instituições com décadas de história e uma infinidade de cursinhos que surgem no rastro de editais para concursos de grande popularidade, como Receita Federal, Senado e carreiras do Judiciário.
O movimento se propaga pelo Interior: pipocam novos cursos e livrarias especializadas em concursos públicos em cidades como Santa Cruz do Sul, Santa Maria e Rio Grande. É em Porto Alegre, no entanto, que surgem os primeiros gigantes desse mercado.
As estruturas do Cetec já ocupam os seis andares em um prédio da avenida Salgado Filho que pertenciam ao Mauá, que foi um dos principais cursos pré-vestibulares da Capital nos anos 90. Oito salas são ocupadas nos três turnos e, até o final do ano, mais duas serão abertas, cada uma com capacidade de atender até 200 estudantes.
O crescimento também está na internet: o Cetec criou perfis no Twitter e no Facebook, onde lança dicas e mantém contato com concurseiros.
— Queremos estar onde estão os alunos, acompanhando o que conversam e entendendo o que procuram — afirma Marques.
A fachada do CPC é uma das que mais chamam a atenção na Avenida Farrapos, comparável, em dimensão, à entrada da sede da Gerdau, maior empresa gaúcha em faturamento, situada na mesma via. Nos espaçosos pavilhões do prédio, há lanchonete, espaço para acesso à internet, estúdio de transmissão de aulas e salas de aula com extensão a perder de vista. O ingresso de estudantes é feito por catraca com leitura de digitais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário