Partido Pirata avança em busca da institucionalização no Brasil
Ato de fundação da sigla está marcada para julho durante a Campus Party em Recife
Eles já desembarcaram em 60 países, da Alemanha ao Cazaquistão. No parlamento europeu, contam com dois representantes eleitos, entre eles uma sueca de 24 anos — que ficou conhecida como "a mais jovem eurodeputada".
Agora, preparam-se para atracar de vez no Brasil, com a fundação do Partido Pirata Brasileiro, o PPBr, simbolizado por uma vela negra estilizada, lembrando os antigos corsários.
O ato está previsto para o dia 27 de julho na Campus Party de Recife, evento que reúne hackers, nerds, geeks e fãs de tecnologia do mundo inteiro. O local não podia ser mais apropriado.
Criado em 2006, na Suécia, o partido surgiu como uma reação à restrição de acesso a conteúdos disponíveis na internet, protegidos por lei. Em especial, devido ao bloqueio do site sueco Pirate Bay, uma espécie de "feira livre" de arquivos de todos os tipos, de filmes a músicas e séries de TV.
Formado por jovens nascidos na década de 90 que aprenderam a fazer política na web, o movimento não demorou a se espalhar: só em Berlim, na Alemanha, já tem 14 cadeiras no parlamento estadual. Entre suas bandeiras, estão a luta pela liberdade de informação e a defesa do software livre.
— O partido passou a chamar a atenção no cenário europeu por apresentar uma agenda nova e atrair uma parcela da população que até então não se sentia representada pelos partidos tradicionais — explica a professora de Relações Internacionais da ESPM em Porto Alegre, Tatiana Zismann.
No Brasil, o movimento das naus começou em 2007, por iniciativa de ex-estudantes da USP. Hoje, já tem membros em pelo menos 10 Estados, entre eles o Rio Grande do Sul (leia a entrevista), e uma aliança com o PSOL em Pernambuco, mas ainda navega contra o vento.
Apesar de ter a fundação prevista para julho, precisará percorrer um longo caminho até ser oficializado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e se tornar, de fato, o 30º partido brasileiro. Uma das exigências é a obtenção de 700 mil assinaturas no país, e ainda faltam cerca de 500 mil. A intenção é participar das eleições de 2014.
Até lá, o avanço dos piratas nos mares brasileiros é visto com cautela por especialistas, entre eles o cientista político Valeriano Costa, da Unicamp, para quem o PPBr ainda é um ilustre desconhecido:
— Ainda sabemos pouco dos piratas no Brasil. Na Europa, a tendência é de que se tornem mais moderados à medida que ganharem poder. Por aqui, o desafio será manter a coerência.
Saiba mais
— O Partido Pirata surgiu na Suécia em 1º de janeiro de 2006 e se espalhou por 60 países.
— Em 2009, elegeu a mais jovem deputada do Parlamento Europeu, Amelia Andersdotter, então com 21 anos.
— Na Alemanha, os Piratas de Berlim foram eleitos para 14 cadeiras do parlamento estadual.
Países onde o partido já está oficializado
— Alemanha, Áustria, Bulgária, Canadá, Espanha, Finlândia, França, Polônia, República Tcheca, Reino Unido, Suécia e Suíça.
Ideias defendidas
— Difusão livre e irrestrita do conhecimento
— Difusão livre e irrestrita dos bens culturais, sejam eles físicos ou virtuais
— Questionamento e adaptação das leis de direitos autorais
— Inclusão Digital
— Utilização de Software Livre
— Transparência pública exercida plenamente
— Democracia plena
Agora, preparam-se para atracar de vez no Brasil, com a fundação do Partido Pirata Brasileiro, o PPBr, simbolizado por uma vela negra estilizada, lembrando os antigos corsários.
O ato está previsto para o dia 27 de julho na Campus Party de Recife, evento que reúne hackers, nerds, geeks e fãs de tecnologia do mundo inteiro. O local não podia ser mais apropriado.
Criado em 2006, na Suécia, o partido surgiu como uma reação à restrição de acesso a conteúdos disponíveis na internet, protegidos por lei. Em especial, devido ao bloqueio do site sueco Pirate Bay, uma espécie de "feira livre" de arquivos de todos os tipos, de filmes a músicas e séries de TV.
Formado por jovens nascidos na década de 90 que aprenderam a fazer política na web, o movimento não demorou a se espalhar: só em Berlim, na Alemanha, já tem 14 cadeiras no parlamento estadual. Entre suas bandeiras, estão a luta pela liberdade de informação e a defesa do software livre.
— O partido passou a chamar a atenção no cenário europeu por apresentar uma agenda nova e atrair uma parcela da população que até então não se sentia representada pelos partidos tradicionais — explica a professora de Relações Internacionais da ESPM em Porto Alegre, Tatiana Zismann.
No Brasil, o movimento das naus começou em 2007, por iniciativa de ex-estudantes da USP. Hoje, já tem membros em pelo menos 10 Estados, entre eles o Rio Grande do Sul (leia a entrevista), e uma aliança com o PSOL em Pernambuco, mas ainda navega contra o vento.
Apesar de ter a fundação prevista para julho, precisará percorrer um longo caminho até ser oficializado junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e se tornar, de fato, o 30º partido brasileiro. Uma das exigências é a obtenção de 700 mil assinaturas no país, e ainda faltam cerca de 500 mil. A intenção é participar das eleições de 2014.
Até lá, o avanço dos piratas nos mares brasileiros é visto com cautela por especialistas, entre eles o cientista político Valeriano Costa, da Unicamp, para quem o PPBr ainda é um ilustre desconhecido:
— Ainda sabemos pouco dos piratas no Brasil. Na Europa, a tendência é de que se tornem mais moderados à medida que ganharem poder. Por aqui, o desafio será manter a coerência.
Saiba mais
— O Partido Pirata surgiu na Suécia em 1º de janeiro de 2006 e se espalhou por 60 países.
— Em 2009, elegeu a mais jovem deputada do Parlamento Europeu, Amelia Andersdotter, então com 21 anos.
— Na Alemanha, os Piratas de Berlim foram eleitos para 14 cadeiras do parlamento estadual.
Países onde o partido já está oficializado
— Alemanha, Áustria, Bulgária, Canadá, Espanha, Finlândia, França, Polônia, República Tcheca, Reino Unido, Suécia e Suíça.
Ideias defendidas
— Difusão livre e irrestrita do conhecimento
— Difusão livre e irrestrita dos bens culturais, sejam eles físicos ou virtuais
— Questionamento e adaptação das leis de direitos autorais
— Inclusão Digital
— Utilização de Software Livre
— Transparência pública exercida plenamente
— Democracia plena
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