segunda-feira, 23 de julho de 2012

Número de mortos chega a mais de 100 no dia mais sangrento em dois anos no Iraque

Os ataques ocorrem um dia depois de uma série de explosões no Iraque matar ao menos 17 pessoas e ferir outras 100


Número de mortos chega a mais de 100 no dia mais sangrento em dois anos no Iraque  Marwan Ibrahim/AFP
Iraquianos observam carro-bomba utilizado em um ataque da série que matou mais de 50 pessoas em Bagdá Foto: Marwan Ibrahim / AFP
Uma onda de ataques no Iraque matou nesta segunda-feira 107 pessoas no dia mais sangrento vivido pelo país em mais de dois anos, depois que a Al-Qaeda alertou que iria preparar novos ataques e tentar recuperar territórios. Autoridades informaram que 214 pessoas ficaram feridas em 27 ataques diferentes lançados em 18 cidades, quebrando uma relativa calma propiciada pelo início, no sábado, do mês sagrado muçulmano do Ramadã.
No ataque mais mortífero desta segunda-feira - uma série de bombas, um carro-bomba e um ataque suicida visando equipes de resgate na cidade de Taji -, ao menos 42 pessoas morreram e 40 ficaram feridas, de acordo com duas fontes médicas.
— Ouvi explosões à distância então sai de casa e vi um carro do lado de fora — disse o morador de Taji de 40 anos Abu Mohammed, acrescentando que os inspetores da polícia concluíram que era um carro-bomba.
Abu Mohammed afirmou que presenciou a morte de uma idosa que carregava um recém-nascido e do policial que descobriu que o carro estava cheio de explosivos. Um jornalista da AFP no local afirmou que diversas casas estavam completamente destruídas, e que os moradores vasculhavam os destroços em busca de vítimas e de seus pertences.
Em Bagdá, por sua vez, um carro-bomba em frente ao escritório do governo responsável por emitir documentos de identidade no bastião xiita da Cidade Sadr matou ao menos 12 pessoas e feriu outras 22, informaram fontes médicas e de segurança.
– Este ataque é um crime terrível contra a humanidade, porque eles o fizeram durante o Ramadã, quando as pessoas estão jejuando – afirmou uma vítima idosa que não quis se identificar. Um jornalista da AFP informou que oito carros próximos estavam destruídos e que muitas das vítimas do ataque, ocorrido às 09h30 locais, poderiam não ser identificadas porque seus documentos estavam dentro dos escritórios tomados como alvo.
Os ataques ocorrem um dia depois de uma série de explosões no Iraque matar ao menos 17 pessoas e ferir outras 100. O balanço desta segunda-feira foi o maior desde 10 de maio de 2010, quando 110 pessoas foram mortas. Este grave episódio de violência ocorre depois que o país sofreu um aumento dos confrontos em junho, quando ao menos 282 pessoas foram mortas, de acordo com um balanço da AFP feito com dados fornecidos por fontes oficiais e médicas, embora autoridades do governo informem que 131 iraquianos morreram.
Nesta segunda-feira, o atentado mais sangrento afetou a cidade de Taji, 25 km ao norte da capital iraquiana. Ao menos 42 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas, segundo fontes médicas. Muitos soldados e policiais figuram entre as vítimas.
Homens armados irromperam pela manhã em uma base militar perto da cidade de Duluiya, 90 km ao norte da Capital. Uma fonte no Ministério do Interior e um tenente do exército anunciaram a morte de 15 soldados. Outros dois ficaram feridos.
Bagdá não ficou incólume. No bastião xiita de Cidade Sadr, 12 pessoas morreram na explosão de outro carro-bomba. Outras duas faleceram no bairro de Huseiniya, em um ataque que seguiu o mesmo procedimento, segundo fontes da segurança e médicas.
Esta onda de atentados não foi reivindicada, mas a Al-Qaeda no Iraque anunciou no domingo sua intenção de intensificar os combates no país.

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