terça-feira, 24 de julho de 2012

Onda de ataques ao comércio assusta lojistas do Bairro Sarandi


Roubos e furtos tiraram a paz e causaram prejuízos a lojistas da Zona Norte da Capital. No caso mais recente, bandidos quebraram parede para levar roupas

 

Onda de ataques ao comércio assusta lojistas do Bairro Sarandi Mateus Bruxel/Agencia RBS
Os bandidos arrombaram a parede da loja a partir de um estabelecimento vizinho, que está em obras

Uma série de assaltos e arrombamentos a estabelecimentos comerciais do Bairro Sarandi assusta quem vive na região. Ontem, criminosos fizeram um buraco para arrombar uma loja de roupas na Avenida Assis Brasil. No sábado, um local foi arrombado pela segunda vez em uma semana.
- Depois que aconteceu comigo, fiquei sabendo dos outros ataques - disse uma comerciante, que pediu anonimato.
Marmanjos fugiram a pé
A dona de uma loja de roupas na Rua Xavier de Carvalho levou o primeiro susto no dia 16 de julho. Dois homens, um branco e um mulato, chegaram de bicicleta. Armados, entraram na loja e renderam funcionários, clientes e ela. Reviraram o caixa e levaram o celular de uma cliente. Eram 18h e, segundo a mulher, nem adiantou chamar a Brigada Militar. Ninguém passou no local.
Quando ela achou que o susto tinha passado, no sábado, a loja sofreu um novo ataque. Dessa vez, dois homens - um negro e um branco - entraram por volta das 15h. Disseram estar armados e mandaram funcionários e clientes para os fundos. A empresária se recusou e a dupla levou três moletons, fugindo a pé.
- Eu chamei a Brigada. Levou um tempo e chegou um PM a pé. Me disse que não poderia fazer muito, por só ter uma viatura para toda a Assis Brasil (Brigada nega a informação). Como podemos ficar sem segurança? - reclamou a empresária, que contou que há mais de dez anos o local não era alvo de bandidos.
Buraco aberto na madrugada
Era cedo da manhã quando um pintor chegou para trabalhar na reforma de uma loja, no número 6672 da Assis Brasil. Ao abrir a cortina de ferro, viu o buraco da parede. O rombo ia até o outro lado, perfurando três fileiras de tijolos. De um lado, caliça e poeira. Do outro, araras vazias numa loja de roupas.
O gerente da loja, inaugurada há menos de um ano, acredita que arrombamento tenha ocorrido por volta da 1h de ontem. Os bandidos teriam colocado um carro dentro do local. Após abrir o buraco, levaram calças jeans e blusões femininos e masculinos.
- O alarme soou a 1h53min. Depois não soou mais. O interessante é que eles pegaram as roupas que estavam em araras nas quais o alarme não alcança - contou o gerente da loja, Marcelo Abreu Campos.
As câmeras de segurança estavam em manutenção e não registraram a ação. O caixa, que fica destrancado, não foi arrombado, mas os criminosos esqueceram lá duas chaves michas.
Pelo estrago na parede, o delegado Cristiano de Castro Reschke, das equipes volantes, calcula que os bandidos tenham usado marretas para abrir a parede.
- Esse tipo de furto dificulta a localização dos objetos, porque não tem como rastrear os produtos - avaliou o delegado.
PREJUÍZO CHEGA A R$ 25 MIL

Na Rua Xavier de Carvalho, outras duas lojas foram alvos. Em 13 de junho, foi a vez de uma ótica e relojoaria ser atacada logo depois de abrir. As duas funcionárias estavam arrumando a loja, por volta das 9h, quando a dupla entrou. Armados, obrigaram as mulheres a pôr numa mochila todos os relógios, além de dinheiro.
- Foi após o Dia dos Namorados, as vitrines ainda estavam cheias - contou a dona, que calcula um prejuízo de R$ 25 mil.
Do outro lado da rua, o assalto a uma loja de roupas esportivas ocorreu em 19 de junho. A dupla invadiu o local mostrando uma arma. O bandido avisou que o comparsa estava armado e foi ao fundo da loja. Queriam tênis, um 39 e um 37 para a mulher, justificou o ladrão. O comparsa pegou abrigos e correntes. Fugiram num Clio, que foi recuperado. A mercadoria, não.
BM se defende
Para o major do do 20º BPM Alexandre Beiser, o roubo feito pelo buraco "é praticamente impossível de ser evitado pelo policiamento ostensivo", pelo fato de as grades estarem fechadas.
Quanto aos assaltos aos comerciantes, Beiser acredita que não seja uma onda de ataques.
- Nada que salte aos olhos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário