sábado, 21 de abril de 2012

Queda da taxa básica de juros esquenta a discussão sobre regras da poupança


Mudança na aplicação mais segura do país será necessária se governo quiser seguir baixando taxa


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Queda da taxa básica de juros esquenta a discussão sobre regras da poupança Jean Schwarz/Agencia RBS
Aplicadores poderão ter de fazer simulações e comparar para saber a alternativa mais rentável

Depois de cortar 1,5 ponto percentual no juro básico desde janeiro e acenar com novas reduções, o governo terá de lidar com um efeito colateral. Trata-se da perda de atratividade dos fundos de renda fixa em relação à poupança.

Se houver migração em massa para a caderneta, o governo, por exemplo, terá dificuldade de rolar sua dívida. A solução poderá ser o fim dos juros fixos da poupança.

Entre economistas, a opinião é uníssona: para cortar mais os juros, o governo terá de mexer na poupança. O problema é que os investidores tendem a tirar seus recursos de investimentos atrelados ao juro básico — hoje em 9% ao ano — para ganhar mais com a poupança. Apesar de render 6,17%, tem a vantagem da isenção de Imposto de Renda e das altas taxas de administração cobradas pelos bancos.

Especialistas afirmam que alteração é urgente

Estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac) mostra que, com a Selic atual, só investimentos de longo prazo com taxa de administração inferior a 1% rendem mais do que a caderneta. Caso a Selic caia para 8% até dezembro, os fundos perderão para a poupança em qualquer simulação.

— O governo não tem escolha. Se não mexer na poupança, travará o crescimento do país e a queda de juros— avalia Miguel Oliveira, vice-presidente da Anefac.

Entre as mudanças em avaliação, estão a extinção do juro fixo e da Taxa Referencial para a poupança. As cadernetas passariam a ser remuneradas pelo juro básico (Selic).

Economistas consideram as mudanças urgentes. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que define o nível da Selic, está agendada para 29 e 30 de maio, e a expectativa é que haja um corte de 0,5 ponto percentual.

— O governo terá de mostrar à população que o gasto com juros altos absorvem mais do que o rendimento que se têm com a poupança — diz José Dutra Vieira Sobrinho, economista e matemático financeiro.

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