Clima favorável acelera plantio do trigo
Chuva estimulou produtores, mas ainda assim plantio atinge só 12% da área prevista
Claudino Nadal aproveitou a combinacao entre a chuva da semana passada e frio para iniciar o plantio
Atrasado pela falta de umidade no solo, o plantio de trigo disparou na Metade Norte.
Saltou 4% em uma semana graças à combinação entre chuva e frio.
Apesar do aumento na área cultivada, a Emater prevê uma produção menor neste ano. O motivo é uma contradição climática. Desta vez, a chuva escassa que castigou a safra de verão pode se tornar algoz pelo excesso a partir de setembro, na fase final do ciclo de inverno.
Esperançoso em recuperar as perdas de 70% na lavoura de milho e 50% na de soja, o agricultor Claudino Nadal, 55 anos, vai dobrar a área cultivada de trigo em Passo Fundo, no norte do Estado. Plantará 40 hectares até hoje, antes que a chuva volte. Não investirá em alta tecnologia porque o custo de produção aumentou no último mês, assim como o medo de que o clima volte a lhe dar uma rasteira. Não há mais margem para arriscar.
— A umidade do solo está excelente e não posso perder a oportunidade. Dias atrás, não havia condição alguma de plantar — revela o agricultor.
Com clima ideal, a única diferença tem sido na rotina de trabalho. Diante do frio intenso, o trabalho tem começado só depois das 10h. A precaução se justifica: além da baixa temperatura ser difícil para operador da máquina, o excesso de umidade pode prejudicar o plantio, alertam técnicos. Mesmo com o avanço recente, no entanto, o plantio de trigo só atinge 12% da área prevista, segundo levantamento divulgado quarta-feira pela Emater. O índice é a metade do registrado no mesmo período do ano anterior.
— A ordem é aproveitar os dias de sol para garantir o plantio, pois o clima é uma incógnita — ressalta Cláudio Dóro, engenheiro agrônomo da Emater em Passo Fundo.
O agrônomo observa que o plantio no Norte está adequado ao período de zoneamento agrícola, mas ressalta que o início atrasado no Noroeste, uma das principais regiões produtoras, pode prejudicar o rendimento futuro das lavouras. A incerteza quanto ao clima é o principal motivo para a Emater estimar uma produção 7,2% inferior ao ano passado apesar do aumento de 6,51% na área plantada neste ano.
Dóro explica que o prognóstico de chuvas mais expressivas a partir de setembro é um risco, pois pode afetar a qualidade da safra em um período crítico para a planta. Neste caso, a água que faltou no verão e arrasou as lavouras se transformaria em vilã para a tão esperada rentabilidade do ciclo de inverno. Outro agravante seria a umidade elevada no início da primavera, um fator de risco para a proliferação de doenças.
Segundo a Emater, um resultado desfavorável na safra de inverno agravaria a falta de renda no campo e frustraria a meta de aproveitar o ciclo para amenizar a quebra registrada no verão. Dóro aponta a insegurança como principal motivo para muitos produtores desistirem de plantar o cereal. A alta no custo de produção e a maior exigência da nova normativa do trigo, em vigor a partir de julho, também espantaram quem tinha dúvidas sobre a viabilidade do cultivo.
— Quem antecipou a compra de insumos está mais confiante, mas só uma produção de qualidade e sem problemas climáticos garantirá qualidade e o lucro desejado _ resume Dóro.
O cereal no Estado*
Expectativa de área cultivada (em hectares)
2011 – 932.390
2012 – 993.107 (+6,51%)
Expectativa de produção (em toneladas)
2011 – 2.741.716
2012 – 2.544.239 (-7,2%)
SITUAÇÃO DO CULTIVO*
Plantio
– Safra atual (6/6): 12%
– Safra anterior (6/6): 25%
– Média 2006/2010 (6/6): 28%
Germinação / Desenvolvimento Vegetativo
– Safra atual (6/6): 9%
– Safra anterior (6/6): 20%
– Média 2006/2010 (6/6): 24%
Saltou 4% em uma semana graças à combinação entre chuva e frio.
Apesar do aumento na área cultivada, a Emater prevê uma produção menor neste ano. O motivo é uma contradição climática. Desta vez, a chuva escassa que castigou a safra de verão pode se tornar algoz pelo excesso a partir de setembro, na fase final do ciclo de inverno.
Esperançoso em recuperar as perdas de 70% na lavoura de milho e 50% na de soja, o agricultor Claudino Nadal, 55 anos, vai dobrar a área cultivada de trigo em Passo Fundo, no norte do Estado. Plantará 40 hectares até hoje, antes que a chuva volte. Não investirá em alta tecnologia porque o custo de produção aumentou no último mês, assim como o medo de que o clima volte a lhe dar uma rasteira. Não há mais margem para arriscar.
— A umidade do solo está excelente e não posso perder a oportunidade. Dias atrás, não havia condição alguma de plantar — revela o agricultor.
Com clima ideal, a única diferença tem sido na rotina de trabalho. Diante do frio intenso, o trabalho tem começado só depois das 10h. A precaução se justifica: além da baixa temperatura ser difícil para operador da máquina, o excesso de umidade pode prejudicar o plantio, alertam técnicos. Mesmo com o avanço recente, no entanto, o plantio de trigo só atinge 12% da área prevista, segundo levantamento divulgado quarta-feira pela Emater. O índice é a metade do registrado no mesmo período do ano anterior.
— A ordem é aproveitar os dias de sol para garantir o plantio, pois o clima é uma incógnita — ressalta Cláudio Dóro, engenheiro agrônomo da Emater em Passo Fundo.
O agrônomo observa que o plantio no Norte está adequado ao período de zoneamento agrícola, mas ressalta que o início atrasado no Noroeste, uma das principais regiões produtoras, pode prejudicar o rendimento futuro das lavouras. A incerteza quanto ao clima é o principal motivo para a Emater estimar uma produção 7,2% inferior ao ano passado apesar do aumento de 6,51% na área plantada neste ano.
Dóro explica que o prognóstico de chuvas mais expressivas a partir de setembro é um risco, pois pode afetar a qualidade da safra em um período crítico para a planta. Neste caso, a água que faltou no verão e arrasou as lavouras se transformaria em vilã para a tão esperada rentabilidade do ciclo de inverno. Outro agravante seria a umidade elevada no início da primavera, um fator de risco para a proliferação de doenças.
Segundo a Emater, um resultado desfavorável na safra de inverno agravaria a falta de renda no campo e frustraria a meta de aproveitar o ciclo para amenizar a quebra registrada no verão. Dóro aponta a insegurança como principal motivo para muitos produtores desistirem de plantar o cereal. A alta no custo de produção e a maior exigência da nova normativa do trigo, em vigor a partir de julho, também espantaram quem tinha dúvidas sobre a viabilidade do cultivo.
— Quem antecipou a compra de insumos está mais confiante, mas só uma produção de qualidade e sem problemas climáticos garantirá qualidade e o lucro desejado _ resume Dóro.
O cereal no Estado*
Expectativa de área cultivada (em hectares)
2011 – 932.390
2012 – 993.107 (+6,51%)
Expectativa de produção (em toneladas)
2011 – 2.741.716
2012 – 2.544.239 (-7,2%)
SITUAÇÃO DO CULTIVO*
Plantio
– Safra atual (6/6): 12%
– Safra anterior (6/6): 25%
– Média 2006/2010 (6/6): 28%
Germinação / Desenvolvimento Vegetativo
– Safra atual (6/6): 9%
– Safra anterior (6/6): 20%
– Média 2006/2010 (6/6): 24%
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