domingo, 13 de maio de 2012

D'Alessandro pode erguer sua primeira taça como capitão do Inter neste domingo


Dorival Júnior faz mistério em torno do camisa 10, que pode até entrar apenas no segundo tempo


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D'Alessandro pode erguer sua primeira taça como capitão do Inter neste domingo Félix Zucco/Agencia RBS
D'Ale: "Não sei se vou jogar, o técnico tem que decidir"

Tarde de quinta-feira no Beira-Rio. Reservas do Inter e um misto de jogadores do sub-23 e reservas dos juniores se preparam para o treino coletivo da semana. A cinco horas da decisão contra o Fluminense, no Engenhão, o Beira-Rio está silencioso. Nem as máquinas dos operários que trabalham na transformação do estádio dizem presente. Mesmo com esse cenário que beira a monotonia, cerca de 50 colorados se grudam à tela. Estão lá para ver D'Alessandro. E o veem em alto estilo, dois gols, passe para outro e um treino de luxo. O que o garante, pelo menos, no banco de reservas na final deste domingo, quando pode erguer sua primeira taça como capitão do Inter.
O treino foi o primeiro desde a lesão na coxa esquerda sofrida dia 22, contra o Veranópolis. Havia alguma apreensão no Beira-Rio. A temporada do argentino está pontuada por problemas musculares. Foram duas quase em sequência, ao custo de 53 dias e 14 jogos de fora do time principal — de um total de 25 em 2012. D'Ale perdeu o Gre-Nal decisivo da Taça Farroupilha, a partida contra o Santos, no Beira-Rio, e os confrontos com o Fluminense, nas oitavas da Libertadores. Em resumo, os principais jogos do Inter em 2012.
As dificuldades se apresentam justo numa temporada em que o casamento do argentino com a torcida se tornou intenso, com juras de amor eterno. Porque D'Ale iniciou o ano assediado por proposta milionária dos chineses. Pensou em ir, embalado por oferta de quase R$ 1 milhão mensais. A torcida reagiu, suplicou e fez até batucada em frente à sua casa para que ficasse. Ele ficou, mas ainda não conseguiu engatar uma sequência de jogos. O que o aflige e talvez até coopere para a série de lesões.
O Inter toma todos os cuidados com seu camisa 10. O treino de quinta-feira foi assistido de perto pelo médico Luiz Crescente. A caminho do campo, ele breca sua caminhada e avisa, com uma ponta de ansiedade:
— É o teste final do D'Alessandro, se treinar bem e nada sentir, está liberado para a final de domingo.
O argentino treina mais do que bem. Se movimenta, pede a bola, está interessado, joga o coletivo contra juniores como se fosse a sua Libertadores particular. E não deixa de ser. Faz dobradinha com o meia Fred, promessa de novo Tinga lapidada no Beira-Rio. Os dois se afinam, jogam de primeira. O que se ouve no gramado suplementar é apenas a voz rouca e desafinada pedindo a bola:
— Frêdi, Frêdi!
O "Frêdi" atende. O jogo entre eles flui. Surge de tabela entre eles o passe para Gilberto, que sofre pênalti. D'Ale bate e faz. Em seguida, Fred aciona Lima, que vai à linha de fundo e, rezando a cartilha dos bons laterais, olha e cruza para trás. O argentino, a um passo da pequena área, coloca de esquerda. Vem o intervalo, Crescente se aproxima, quer saber como se sente seu paciente mais ilustre naquela tarde. A resposta é positiva.
O ritmo do treino cai no segundo tempo. D'Ale sente a longa parada, também reduz a marcha. Dá o passe para o terceiro gol. Uma hora depois, o coletivo é finalizado. O argentino sai de campo satisfeito. Está nítida sua felicidade. Pergunto sobre a presença na final. Diplomático, ele evita se escalar.
— Não sei se vou jogar, o técnico tem que decidir.
— Como você se sentiu?
— Bem, cara, me senti bem — diz, antes de entrar no vestiário.
Nos bastidores do Inter, há convicção de que ele estará em campo nesta final. Dorival Júnior ainda decidirá se desde o começo ou no segundo tempo. Por D'Ale, ele estaria em campo já, agora. A final com chance de levantar taça pode ser o recomeço ideal.





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